Após décadas de trabalho como diplomata, Raul de Taunay, 75 anos, resolveu registrar toda sua trajetória ao longo do tempo no livro A poesia Cura (Ed. 7Letras), lançado em outubro deste ano. Na obra, o escritor relata sua experiência em países como Angola, Índia, Emirados Árabes, Tchecoslováquia, Itália, Moçambique, Coreia do Norte, França, Congo e Porto Rico, retratando também suas culturas, relações sociais e questões históricas.
“A Poesia Cura representa para mim o fim de uma longa época vivida no exterior e o início de uma nova fase no Brasil. Dividi o livro em uma trilogia com o objetivo de percorrer formas distintas de louvar os versos. A primeira parte, trago o histórico da arte poética ao longo dos tempos, em que, tantas vezes, poetas abriam suas vísceras para entreter, encantar e aliviar as dores das populações. Na segunda, procurei reunir pensamentos filosóficos e existenciais, influenciados pelas questões de nosso tempo. Na última parte, reuni os poemas que fiz nos últimos dois anos, no prazer inusitado de concluir a obra nadando em um mar de encantos poéticos”, comenta o poeta com a coluna GENTE.
Bisneto de Visconde de Taunay (1843-1899), um dos que inauguraram a Academia Brasileira de Letras, Raul é formado em Direito pela PUC-RJ e tem quatro romances, oito livros de poesia e um livro de contos. “Ao longo da vida, me refugiei na poesia, escrevendo ou lendo, sentindo nela uma entidade viva que me trazia a sensação revigorante de estar diante de um elixir terapêutico mágico. Boa ou ruim, longa ou curta, rimada ou não, a poesia vem sempre como um fio condutor dos princípios fundamentais do humanismo, o antídoto contra a negatividade, o desânimo, a tristeza, uma vez que sua delicadeza embala a mente, desenterra o coração e afasta o inconsciente doentio que há em nós, num rito de depuração espiritual. Leiam poesia, qualquer uma, e se sentirão mais leves”, completa ele, que ganhou a Medalha João Ribeiro pela Academia Brasileira de Letras, em 2005.