No livro que acaba de lançar Todo mundo que amei já me fez chorar (Ed. Melhoramentos), Cleo, 39 anos, agradece pelo apoio recebido “de pessoas inesperadas que cruzaram seu caminho e te surpreenderam com seu colo, suas palavras, seu acolhimento em tantos momentos que precisei de apoio, quando estava intoxicada e machucada por pessoas que não sabem amar (não foram poucas vezes)”. A obra é uma parceria com a roteirista Tatiana Maciel. Em entrevista a coluna VEJA Gente, a atriz – em relacionamento com o empresário Leandro D’Lucca – explica como entende os amores que se tornam sofrimento.
Sofrer é indissociável do amor?
Não acredito que seja uma regra. Não devemos romantizar o sofrimento no amor. Estamos sujeitos a machucar as outras pessoas, porque somos humanos. Mas isso não deve ser usado como uma desculpa para associar o amor ao sofrimento.
Em todos os seus relacionamentos houve dor, como o título sugere?
Sim… Exatamente como o livro sugere (risos), todo mundo que amei já me fez chorar. Errar é natural do ser humano. Mas a atitude após o erro é o que mais importa no final. Algumas pessoas fizeram questão de reparar esse choro. Algumas outras seguiram como se não tivessem deixado suas marcas aqui.
Como você hoje consegue identificar relacionamentos tóxicos e não embarcar em furadas?
Com muita terapia, que inclusive é algo que eu recomendo para quem consiga fazer. E também através das minhas vivências. Eu via as mesmas características tóxicas já vivenciadas nos anteriores sendo reproduzidas nos relacionamentos. Chegou um momento que eu já não queria mais me relacionar, por receio de passar por toda aquela toxidade novamente. É um ciclo difícil de se quebrar.
É um livro feito para curar cicatrizes pessoais?
É um livro para fazer refletir sobre muita coisa. Relacionamentos tóxicos também existem dentro de relações familiares e de amizade. Durante o processo de construção, foi preciso revisitar o passado, feridas antigas. Então também se tornou uma forma de cura. Eu o releio e me faz ver as histórias com leveza que não tinha sentido antes. É também para quem está em situação frágil, se sentindo sufocada e pode conseguir se identificar com a história.
Você quer que todos os seus ex leiam?
Eu quero que todas as pessoas leiam! Não fiz esse livro pra eles. Até porque as histórias contidas no livro são fictícias. Por mais que tenham muito das minhas vivências e experiências da Tati nos contos, as pessoas nos textos são apenas personagens.
Pensa em uma adaptação no cinema ou na TV?
Sim! Esse é um projeto que se desdobra em outras vertentes. Eu tinha o desejo de trazer imagens para os contos. Esse foi um dos motivos de ter convidado a Tati para escrever o livro comigo, pois ela tem essa expertise de dar imagens aos contos. Adaptei as histórias para uma websérie, que foi lançada nas redes sociais. No roteiro interpreto uma terapeuta em uma sessão de terapia com alguns dos personagens presentes no livro.