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Camila Pitanga reflete sobre a ‘arrogância’ da esquerda no país

Atriz estrela filme ‘Malês’, dirigido por Antonio Pitanga, na Mostra de SP

Por Giovanna Fraguito Atualizado em 28 out 2024, 15h32 - Publicado em 28 out 2024, 15h31
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  • Muito ativa politicamente, angariando votos a cada eleição para políticos de esquerda – do PT ou Psol, Camila Pitanga, 47, não deixa de ser crítica com a própria “panela”. Inspirada pelo documentário Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, 41, que apresenta a influência do cristianismo evangélico na política de extrema direita no Brasil, a atriz falou com a coluna GENTE sobre a falta de sensibilidade da esquerda no tópico da religião.

    “Acho lindo quando ela (Petra) fala da arrogância dela, que é uma arrogância típica da esquerda, de se considerar à parte da sensibilidade do povo brasileiro no modo como evoca sua fé, como se projeta e de quem cuida. Ao se ficar apartado da religião, que debate é possível? Quando ela se questiona, me vi nesse lugar. Muitas vezes a gente acha que é possível não considerar que a religião no Brasil tem força, move e mobiliza pessoas. E (é possível) pensar isso amorosamente, construindo pontes”.

    Camila faz parte do elenco de Malês, longa dirigido por seu pai Antonio Pitanga. O filme desembarca em São Paulo para a 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, com sessão nos dias 28 e 29 de outubro. 

    “O filme está falando de 1835, de um levante preto, uma insurreição. Das chagas do nosso país escravocrata que estão ainda latejando, porque o racismo não foi superado, ainda tem tantas mortes. É um recuo mais antigo, porém sobre uma temática necessária. Novas narrativas precisam existir”. Sobre a direção do seu pai, ela se derrete: “Antônio Pitanga dirigindo o filme, pensando a história, um homem preto pensando a história que a história não conta”… Fui dirigida por um jovem rapaz apaixonado”.

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    Rodado em Cachoeira e Salvador, na Bahia, e em Maricá, no Rio de Janeiro, Malês mostra as difíceis condições de vida de homens e mulheres negros na Bahia do século XIX, no combate ao racismo extremo, à pobreza e à intolerância religiosa. O drama, baseado em fatos históricos, retrata a Revolta dos Malês, o maior levante organizado por pessoas escravizadas da história do Brasil. A insurreição mobilizou a população negra, escravizada e liberta pelas ruas de Salvador contra a escravidão, em 1835. Após o fracasso da revolta, manifestantes foram punidos e a repressão contra os negros no Brasil aumentou.

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