Boni elucida fatos políticos da Globo: Lula, Bolsonaro, Collor, Diretas já
Empresário falou ao programa semanal da coluna GENTE no Youtube e no streaming VEJA+. Assista à íntegra
Em entrevista ao programa semanal da coluna GENTE no Youtube e no streaming VEJA+, Boni fala, entre outros assuntos, de episódios controversos relacionados à política enquanto esteve na TV Globo por mais de trinta anos. A emissora ignorou o Comício das Diretas Já, em 1984; e editou o debate presidencial de 1989, entre Collor e Lula, favorecendo o primeiro candidato. Assista.
DIRETAS JÁ. “A Globo não menosprezou o evento, mas não se comportou como deveria comportar. Quando houve o comício da Praça da Sé (em São Paulo), começava na hora do Jornal Nacional. E eu disse ao doutor Roberto (Marinho). ‘Vai cair dentro do Jornal Nacional. E o Jornal Nacional vai ter que transmitir’. Ele respondeu ‘Pode transmitir, não tenho nada contra. O que não posso é tirar outros programas do ar para fazer campanha das Diretas Já. Somos uma empresa eclética. Dentro do jornalismo vocês fazem o que quiserem. Não vou tirar a novela’. Nós transmitimos dentro do Jornal Nacional, com todas as letras, as Diretas Já. Agora, acho que a gente deveria ter participado mais ativamente, transmitimos os comícios de tarde. Eu e a equipe de transmissão recebemos ameaças. Deveríamos e poderíamos ter feito mais”.
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DEBATE DE 1989. “Toda empresa pode tomar uma decisão, um lado. Naquele momento (eleição de 1989), a Globo não tinha. Editorialmente, doutor Roberto nunca pediu apoio. Ele pessoalmente tinha a simpatia dele, mas não transferiu para a empresa. Se tivesse, a empresa poderia dizer, editorialmente, que nós somos favoráveis. Nos Estados Unidos, as emissoras se definem. Quando houve o debate, Collor ganhou. Terminado a transmissão, fizemos trabalho de pesquisa, e o Collor havia ganhado. No dia seguinte, no sábado de manhã cedo, houve uma transmissão de edições do debate. Nesta edição, a vitória do Collor não era clara. O editor não balanceou os dois lados. Doutor Roberto reclamou e pediu para corrigir para ir mais tarde no Jornal Nacional. Aí fizeram o contrário, pareceu que o Collor ganhou de 5 a 0. Foi um erro”.
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RELAÇÃO COM LULA. “O Lula é um amor de pessoa. Ele me convidou para assumir a TV Educativa, fiz parte da comissão que ele organizou para discutir comunicação no Brasil. Quando fiz 85 anos foi publicado um livro com várias assinaturas e cartas de várias pessoas, ele me fez uma carta adorável. Eu o respeito, quero muito bem. Conversamos várias vezes. Nunca tive a vontade de proteger ou criticar o Lula. Mas tenho sempre que torcer para que ele faça um belíssimo governo, porque viver a democracia é melhor do que qualquer outra coisa”.
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RELAÇÃO COM BOLSONARO. “Do Bolsonaro, eu já estava fora da televisão e não tive contato com ele. O contato que tive foi através de ver o pessoal da imprensa ser repudiado, as mulheres serem ofendidas. Talvez por uma questão estratégica ou marketing político qualquer. Mas não tenho nenhuma ligação com Bolsonaro”.
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