Um ano depois de se assumir não binária, Bárbara Paz, atriz de 47 anos, considera que o saldo da revelação foi positivo. “Gosto de quem eu sou e como sou, amo ser tudo e todos. Mas nunca precisei de autoaceitação. Sempre fui muito bem resolvida com meu corpo”, ressalta. Desde a morte, em 2016, do cineasta Hector Babenco, com quem viveu por nove anos, Bárbara conta que teve apenas um relacionamento amoroso — mas não dá nome nem gênero da pessoa. “Aí você já quer saber demais”, despista, para em seguida se distrair e deixar escapar que, até agora, “sempre me apaixonei por homens”. Intérprete da megera Úrsula na novela Além da Ilusão, ela diz que a atualidade facilita a imersão na personagem. “A vilania paira neste desgoverno. Estamos atravessando um retrocesso gigante contra a cultura”, declara, indignada.
Publicado em VEJA de 15 de junho de 2022, edição nº 2793