Autora analisa queda de audiência em novelas da TV Globo
Renata Sofia comenta afastamento de telespectadores das produções da emissora
A crise de audiência das novelas da TV Globo, evidenciada em Mania de Você, tem levantado o debate sobre os futuros dos folhetins, considerado por décadas o “carro-chefe” da emissora. Nesta discussão, a nova geração – e sua atração por outros tipos de tela – é apontada como uma das responsáveis pela queda do número de telespectadores. No entanto, há quem discorde da hipótese. Integrante da nova onda de autores de novelas da TV Globo, Renata Sofia, 38 anos, questionou esta falta de interesse, durante um debate realizado na última segunda-feira, 9, com Ana Paula Gonçalves, autora do livro O Brasil mostra a sua cara: Vale Tudo, a telenovela que escancarou a elite e a corrupção brasileira.
“Eu não acredito na morte da televisão. As pessoas falam: ‘essa novela é um fracasso’. Quando a novela é um fracasso, ao invés de ter cem milhões de pessoas vendo, tem noventa milhões. Ainda são noventa milhões. O Brasil é muito grande, a gente mora em um país continental e diverso”, comentou a escritora, que fez parte do time de novelas como No Rancho Fundo (2024) e Vai na Fé (2023).
Para a autora, o recorte desta análise tem que sair da área urbana. “A gente acha que a geração Z é o jovem entediado de São Paulo, mas não. Os jovens brasileiros não são só aqueles que nós conhecemos”, disse Renata à coluna GENTE. Um dos exemplos levantados pela roteirista é a própria rede social, quando Vai na Fé estava no ar. “O conteúdo brasileiro mais assistido no TikTok eram os trechos do [MC] Cabelinho. E a quantidade de vídeo que a gente recebia de crianças colocando as tranças e dublando a Kate [personagem de Clara Moneke] era enorme”.
Já sobre a pressão pela audiência, tema evidente atualmente com Mania de Você, Renata que tudo permanecerá como está. “Na novela das 9 a pressão será sempre enorme. Na novela das 7 será porque é um horário com um público que muda muito rápido. E na novela das 6 terá porque é um horário em que não há muitas televisões ligadas. A pressão não piora ou melhor. Será sempre assim”, conclui.