Ator da TV Globo faz filme sobre colapso de mina da Brasken, em Maceió
Eron Cordeiro pede por justiça aos moradores

Erom Cordeiro, no ar na novela Elas por elas, da TV Globo, acaba de gravar o curta Rota de fuga ao lado de Ricardo Oliveira, que também é o roteirista e dirige com Henrique Oliveira. A história trata do afundamento do solo provocado pela extração mineral de sal-gema realizada pela empresa Braskem, que ocorre desde 2018 e sofre com o risco de colapso. Com produção da Panan Filmes, o filme mostra as consequências do desastre ambiental a partir da história de Salvador, personagem de Oliveira. Ele é um pedreiro cuja casa fica cheia de rachaduras após um terremoto que abala o bairro de Pinheiro, onde vive. Todas as locações foram em bairros vitimados. Erom compartilhou esse processo nas redes sociais.
“Nesse domingo voltei a Maceió pra filmar uma diária no curta Rota de fuga (de Henrique Oliveira e Ricardo Oliveira) e passamos por parte do bairro Pinheiro, o 1º dos 5 bairros que foram atingidos pela tragédia causada pela mineração irresponsável e criminosa da Braskem. É a 4ª ou 5ª vez que passo por ali desde que tudo aconteceu. Já fiz aqui nessa rede algumas postagens sobre essa tragédia mas é sempre espantoso e revoltante demais ver toda aquela área sem vida, sem pessoas, sem cidade. Mais de 50 mil pessoas tiveram que ser arrancadas de suas casas por lá. De lá pra cá muita dor, tristeza, indenizações pífias e pra além de toda questão material, moradias, comércios, muita gente entrou em depressão, muitos casos de suicídio de ex moradores e muita muita revolta. Essa noite a região de Pinheiro e Mutange sentiu abalos sísmicos de quase 2 graus. Vários moradores da região limítrofe sentiram na madrugada o chão tremer. Quem, além da mineradora petroquímica, que anos ou décadas atrás autorizou escavar embaixo da cidade para extração de minério? Que a justiça realmente seja feita por inteiro e que o fantasma da cidade que existiu ali assombre eternamente todos os culpados”, escreveu no Instagram.
Em outra publicação, ele chama a empresa de criminosa e reforça o pedido por justiça. “A Braskem lucra bilhões, e tem que ressarcir a cidade e os cidadãos à altura do dano que continua sendo causado. Quem consegue dormir naquela região ao redor?”.