As deliciosas histórias de Alceu Valença reunidas em biografia
'Pelas Ruas que Andei' é assinada por Julio Moura, seu assessor pessoal

Nas vésperas da Constituinte de 1988, o cantor Alceu Valença teve uma ideia no mínimo insólita: montar um partido político só com artistas da música brasileira. A proposta, claro, não foi adiante. Essas e outras picardias de sua carreira como cantor, compositor e agitador cultural estão nas mais de 500 páginas da biografia Pelas Ruas que Andei, assinada por Julio Moura, seu assessor pessoal. “Ele teve acesso a um vasto material, coisas que eu nem lembrava mais”, diverte-se o pernambucano, agora envolto em outro projeto, o documentário Vivo!, sob direção dos premiados Lírio Ferreira e Claudio Assis, que aborda um dos seus álbuns mais emblemáticos. “Desafiei executivos de gravadora que queriam impor músicas ao repertório. Jamais aceitei. O que é meu é meu e boi não lambe”, argumenta. Aos 77 anos, ele segue firme na rotina de exercícios — caminha todo dia, no mínimo, 10 000 passos marcados em aplicativo do celular. “Costumo conjecturar bastante nas caminhadas, como faziam os filósofos peripatéticos da Antiguidade”, diz.
Publicado em VEJA de 18 de agosto de 2023, edição nº 2855