A ideia inicial de Siron Franco, 73 anos, era expor bem na frente do Congresso Nacional — e dessa forma manifestar sua indignação com o projeto do governo de taxar obras literárias — a gigantesca escultura que está finalizando: uma ponte de aço com 9 metros de comprimento, toda recoberta de livros (abaixo) vindos de sua biblioteca e da doação de amigos. “É até meio óbvia a mensagem que quero passar, mas tem de ser assim mesmo, para ver se o presidente consegue entender”, espeta o artista plástico goiano. Com trabalhos no acervo do MoMA e nos principais museus do país, Siron acabou optando por inaugurar a obra em local mais seguro: a Bienal do Livro do Rio, marcada, a princípio, para setembro. Depois, conta com o interesse de algum órgão público em exibi-la de forma permanente.
Publicado em VEJA de 12 de maio de 2021, edição nº 2737