A reação do Tribunal de Justiça Desportiva ao racismo sofrido por Gabigol
Apesar do sonoro grito de 'macaco' proferido contra o atacante do Flamengo, procurador diz que precisa de imagens para identificar o autor
Não é difícil identificar o grito de “macaco” no vídeo que mostra o atacante Gabigol, do Flamengo, sofrendo injúria racial no Fla x Flu deste domingo, 6. As imagens captadas pela jornalista Isabelle Costa repercutiram amplamente nas redes sociais e motivaram repúdios de jogadores, clubes e comentaristas esportivos.
Para o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD), no entanto, ainda não há elementos suficientes para oferecer denúncia contra o torcedor que proferiu a ofensa criminosa. “Sem imagem não tem como denunciar. Gritaram ‘macaco’, mas como vou denunciar sem ver de onde veio? Vou esperar para ver se aparece mais alguma informação nova”, disse André Valentim, procurador do TJD, ao portal ‘Uol’.
Enquanto a Justiça não consegue dar conta do caso, o atleta da seleção brasileira tem demonstrado sua revolta. Logo após o jogo, escreveu: “Até quando? Até quando isso vai acontecer sem punição? Jamais vou me calar, é inadmissível que passemos por isso!! Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor!! #RacismoNão”
Já nesta segunda, 7, o artilheiro compartilhou uma declaração do narrador Luís Roberto, da Rede Globo, que evocou o passado escravocrata do Brasil e criticou quem considera denúncias de racismo “mimimi”.
Que a Justiça seja feita.
É impressão minha ou chamaram o @gabigol de “Macaco”? Caso seja isso mesmo, haverá consequências maiores ou só passada de pano com notinha do Fluminense pedindo desculpas? pic.twitter.com/rOp2WKv8Xj
— Antonio Tabet (@antoniotabet) February 6, 2022