Isabel Fillardis, 49, está de volta às novelas da TV Globo, depois de mais de dez anos. Seu último trabalho foi em Fina Estampa, 2011. Na trama Amor perfeito, é Aparecida, uma mulher “afetuosa”, que ajuda os religiosos da cidade a criarem Marcelino, abandonado ainda bebê. Ela é casada com Antônio (Alan Rocha) e tem outros dois filhos, Sônia (Bárbara Sut) e Manoel (Ygor Marçal). Agora ela comemora a nova fase na emissora com mais diversidade nos elencos.
Você participa de uma novela que tem como marco a maior representatividade negra. Como vê essas mudanças recentes? Estou muito feliz de poder fazer parte desse momento. Fiz 30 anos de carreira em dezembro, comecei aqui e estou aqui mais uma vez, um marco poder retratar o nosso povo da forma como sempre foi. Esse é um momento especial, porque foi feita uma pesquisa gigantesca para comprovar esses cabelos, esse colorido, esse empoderamento, esse protagonismo apagado da História.
Tem a ver também com o contexto político que a gente passa? A gente vem de um processo de reparação, onde o nosso povo não admite mais não ser visto. Com a chegada da internet, que promoveu a comunicação, fez com que essa galera de 20 e poucos anos tivesse mais voz. E acredito também que haja conjunção espiritual para que isso aconteça, porque se você for olhar a história dos nossos antepassados, é muito dura, cruel.
Você já deve ter feito novelas em que era a única negra… Sim! Mas não tem mais como voltar, não tem mais como retroceder nesse sentido. A gente vai evoluir, falar de histórias sobre o nosso olhar, sobre a nossa narrativa, seja no streaming ou aqui.
E sua personagem, como você a resume? Aparecida é uma grande mãe, uma mulher forte e afetuosa, que é realizada, feliz em casa, na família e no amor. E que vai ter os conflitos dela. Ela tem um envolvimento muito forte com a música.
https://www.youtube.com/watch?v=NCqAqSd3yE4&t=3s
https://www.youtube.com/watch?v=4sMFwO-DqEA