A explicação para Heloisa Teixeira abdicar do sobrenome Buarque
Imortal da ABL, pesquisadora é cerne do documentário ‘O nascimento de H. Teixeira’

Difícil definir Heloisa Teixeira num só adjetivo: pensadora, feminista, professora, pesquisadora, agitadora cultural e, desde 2023, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Tema de documentário da mineira Roberta Canuto, que estreou nesta quinta-feira, 20, no canal Curta!, Heloisa – que por décadas foi Buarque de Hollanda – resolveu cortar os laços com o passado patriarcal e renasceu ao adotar de vez apenas o sobrenome materno. Sua explicação passa por uma série de questionamentos levantados em seus livros e pesquisas.
Em O nascimento de H. Teixeira, ela discorre sobre o período de militante contra a ditadura militar, de escritora que desafiou a censura, da atuação acadêmica e da entrada para o movimento feminista. “A gente não sabe nada do que se passa no universo que não é o da classe média branca. Por isso, essa coisa do lugar de fala tem sua razão de ser. A gente não pode falar pelo outro, principalmente quando é de cor diferente, de classe diferente”, diz.