Chamado às pressas para tentar salvar a audiência de Fuzuê, novela escrita pelo estreante na TV Globo Gustavo Reiz, o experiente Ricardo Linhares, 61, também assumiu recentemente a mentoria da oficina que a emissora promove para formar novos autores de novelas do horário das 18h. Além dele, Duca Rachid e Maria Helena Nascimento fazem parte da equipe. Com Fuzuê, ele precisa dar um jeito à amarga média de 20,6 pontos na Grande São Paulo (cada ponto equivale a cerca de 207 mil indivíduos). Já é menos que Cara e Coragem (2022). Não será tarefa das mais fáceis.
Contratado pela Globo em 1983, Linhares começou assinando esquetes do humorístico Viva o Gordo, de Jô Soares. Sua primeira experiência em novela foi como colaborador de Aguinaldo Silva em O Outro, em 1987. A parceria entre os dois autores rendeu mais trabalhos como: Tieta (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1993), A Indomada (1997), entre outros. Todas estas produções foram muito bem em audiência e repercussão. Além de Aguinaldo, Ricardo também fez parcerias marcantes com Gilberto Braga, em Paraíso Tropical (2007), Insensato Coração (2011) e Babilônia (2015). Desde 2012, ele já vem atuando como supervisor de tramas, tanto quando enfrentam problemas no ar, como Deus salve o rei (2018), escrita por Daniel Adjafre, ou antes da estreia, caso da elogiada Cheias de Charme (2012), de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, e Amor de Mãe (2019), de Manuela Dias.
Linhares assinou sua primeira produção solo em 1998, com a novela Meu Bem-Querer. E a mais recente foi uma minissérie, Se Eu Fechar os Olhos Agora, de 2019, baseada no livro homônimo lançado por Edney Silvestre. “De 2001 para cá, já supervisionei diversos trabalhos e já ajudei colegas em momentos complicados usando a experiência que adquiri. Portanto, olhando para trás o saldo é positivo. Mas eu não sou saudosista nem nostálgico. Eu gosto de olhar é para frente”, declarou ele há algum tempo.