Às voltas com o lançamento de Deus Ainda é Brasileiro no badalado Festival de Cannes, em maio, Cacá Diegues, 83 anos, esclarece que o filme não é remake de Deus É Brasileiro, sua clássica película de 2003, e aproveita para disparar contra a prática das releituras, tão em voga na TV e no cinema. “Isso gera uma falta de raciocínio sobre o novo. Acho um risco essa tentativa de modernizar as coisas”, diz o diretor de sucessos como Bye Bye Brasil (1979) e Orfeu (1999), que, a esta altura da vida, se sente à vontade para elogiar a própria obra. “Procurei desde o começo construir algo que não existia no Brasil, que é, afinal, o cinema brasileiro”, afirma, sem rodeios.
Publicado em VEJA de 29 de março de 2024, edição nº 2886