A diretoria da Imperatriz Leopoldinense tomou uma atitude radical após mensagem ofensiva de Antonia Fontenelle a respeito de um dos fundamentos mais tradicionais do mundo do samba. A ex-atriz fez um comentário sobre a roupa utilizada por Janja na posse de Lula (PT) no domingo, 1º, comparando-a de forma pejorativa com a que é utilizada pela velha-guarda da Imperatriz. A escola saiu em defesa da primeira-dama e enviou um ofício a Liga das Escolas de Samba (LIESA) pedindo que Antonia não seja credenciada para o carnaval.
Diz o comunicado: “Os ataques infundados de quem desconhece a história do carnaval atingem não somente a agremiação, mas, sobretudo a comunidade, torcedores, componentes e, consequentemente, todo o mundo do samba. É exigido respeito aos sessenta e três anos de história em benefício da arte e da cultura popular brasileira. Diante disso, a Imperatriz, fundadora da LIESA e oito vezes campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, encaminhou hoje um ofício à Liga e à Riotur, solicitando que não seja credenciada aquela que desconhece e desrespeita publicamente as mais ancestrais e legítimas tradições da folia carioca, personificada pelos componentes de uma velha-guarda”.
Relacionar a velha-guarda, ala tradicionalmente formada por pessoas mais idosas de uma escola de samba, a algo de conotação pejorativa, além de ser uma prática de etarismo (preconceito contra uma determinada faixa etária), é um desrespeito com a história e a memória do próprio samba.
Outras escolas saíram em defesa de Janja e em repúdio às falas de Antonia, tais como Acadêmicos do Salgueiro, Unidos da Tijuca e Mocidade Independente, onde ela desfilou como rainha de bateria em 2011. Após os ataques à primeira-dama, a Imperatriz convidou Janja publicamente para desfilar como madrinha de galeria da velha-guarda no carnaval de 2023. A primeira-dama ainda não se manifestou se aceitará o convite.
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