Cucchiao, Panenka, chip, cavadinha, chame como quiser. Nenhum lance definiu melhor a carreira e a personalidade de Andrea Pirlo do que aquele sutil e angustiante toque por cobertura nas quartas de final da Euro-2012. A seleção da Itália perdia a decisão por pênaltis para a Inglaterra, em Kiev, na Ucrânia, quando Pirlo se viu diante de um espalhafatoso goleiro Joe Hart. E, no meio da corrida, o camisa 21 decidiu passar a pressão para o outro lado. “Não foi uma loucura (…) O goleiro parecia muito seguro de si e precisei baixar um pouco sua moral”, contou Pirlo. Foi com esse gesto de extrema frieza que o meia italiano, que neste domingo encerrou uma vitoriosa carreira nos Estados Unidos, roubou a confiança dos adversários. Na sequência, dois atletas ingleses desperdiçaram suas penalidades e a ‘Azzurra’ avançou – seria vice-campeã, perdendo para a Espanha. Em mais de 20 anos como profissional, Pirlo foi um verdadeiro maestro. Não tinha pinta de jogador, não era alto, nem forte, nem rápido. Era elegante, nada espalhafatoso. Até mesmo sua cavadinha tinha um objetivo psicológico, não era mera firula. Depois de Totti, o futebol perde mais um de seus maiores representantes. Grazie, Andrea.
Assista, no YouTube, à histórica cavadinha de Pirlo contra a Inglaterra