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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Uma campanha à beira do estado de calamidade

Medo de derrota eleitoral faz Planalto discutir subsídios, aumento do Auxílio Emergencial e congelamento de preços

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jun 2022, 15h15
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  • Na quinta-feira à tarde (02/06), o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Adolfo Sachsida (Minas e Energia), Célio Faria Junior (Governo) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) para discutir a decretação do “estado de calamidade pública”, uma manobra jurídica que permitiria gastos extras no Orçamento. Mas não é o governo que está à beira de um “estado de calamidade pública”. É a campanha de reeleição do presidente.

    Defendida ardorosamente por Ciro Nogueira, o decreto de calamidade foi descartado por enquanto. Ganhou o argumento de Paulo Guedes de que o efeito seria o inverso do pretendido, como dólar disparando com mais uma demonstração de frouxidão fiscal. Ciro Nogueira argumentou que o próprio Guedes fez algo similar com a PEC do Calote dos precatórios no ano passado. O clima entre os dois ministros nunca foi bom. Hoje é péssimo.

    O otimismo dentro do governo ruiu nos últimos dez dias depois que o Datafolha publicou que Luiz Inácio Lula da Silva tem 54% dos votos válidos, resultado que encerraria a peleja no primeiro turno. Embora oficialmente os bolsonaristas questionem o Datafolha, o abatimento entre os políticos foi visível. Ciro Nogueira e o presidente da Câmara, Arthur Lira, foram os primeiros a notar que se governo não mudar de rumo caminha para uma derrota, no primeiro ou no segundo turno. E rumo, neste caso, é a economia popular.

    O que está em debate no governo:

    · O Senado deve aprovar na semana que vem redução do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica. O impacto no preço final do litro de gasolina deve chegar a R.

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    · O governo estuda enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para autorizar gastos extraordinários para subsidiar combustíveis, como informou a Folha.

    · Depois de seis meses, vai sair a bolsa caminhoneiro, um subsídio de R$ 1,5 bilhão por mês para subsidiar o preço do óleo diesel para os transportadores de carga.

    · A Câmara prepara a votação de um decreto legislativo que suspende todos os reajustes de energia até o fim do ano autorizados pela agência reguladora. É uma quebra de contrato.

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    · O presidente indicado da Petrobras, Caio Paes de Andrade, não tem ainda data para assumir, mas sua única missão será congelar os preços até depois da eleição. Os três últimos presidentes que mantiveram o repasse da defasagem dos preços internacionais foram demitidos.

    · Se nada disso funcionar, Bolsonaro pode anunciar um reajuste do Auxílio Emergencial dos atuais R$ 400 para R$ 600 alegando uma situação de emergencial, deixado à Justiça Eleitoral o ônus de impedir que os mais pobres ganhem mais.

    · Demitir Paulo Guedes. Para os ministros políticos, a falta de compreensão do ministro da Economia sobre as urgências da política pode custar a eleição. Tirar Guedes daria a expectativa de um governo mais ágil.

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