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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Putin e o teste à diplomacia lulista

Em viagem ao México, candidato do PT terá de se posicionar sobre Guerra na Ucrânia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 mar 2022, 11h57
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  • Lula é o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard - 28/02/2022 -
    Lula é o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard - 28/02/2022 -  (Ricardo Stuckert/Twitter/LulaOficial/Reprodução)

    O encontro de Lula da Silva com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, nesta quarta-feira, 2, na Cidade do México, será um teste para a posição do PT sobre a invasão na Ucrânia. Numa viagem internacional será impossível ao ex-presidente evitar uma posição sobre o tema, como tentou nos últimos dias.

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    No seu perfil no Twitter, Lula postou na quinta-feira (24/02) uma série de platitudes: “É lamentável que, na segunda década do século 21, a gente tenha países tentando resolver suas divergências, sejam territoriais, políticas ou comerciais, através de bombas, de tiros, de ataques, quando deveria ter sido resolvido numa mesa de negociação”.

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    Foi quase tão ruim quanto a nota oficial do PT: “A resolução de conflitos de interesses na política internacional deve ser buscada sempre por meio do diálogo e não da força, seja militar, econômica ou de qualquer outra forma”. O texto do partido é fraco, mas ainda melhor do que a liderança do PT no Senado que condenou “a política de longo prazo dos EUA de agressão à Rússia e de contínua expansão da Otan”. Por excesso de estupidez, a nota da assessoria do Senado foi cancelada.

    É provável que antes de falar sobre a guerra na Europa, Lula ouça o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim. Em entrevista ao jornalista Breno Altman, do site Opera Mundi, Amorim foi claro: a invasão foi “uma violação grave do direito internacional, um erro e um ato ilícito”.

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    “Só a ONU possui a prerrogativa para autorizar uma ação militar, e nem sempre estou de acordo com isso, ou um país pode reagir em legítima defesa, que não foi o caso. Na época da Guerra do Iraque (em 2002), os Estados Unidos alegaram legítima defensa preventiva. Eu condenei na época, e sigo condenando, então não posso deixar de condenar o que a Rússia está fazendo. É uma violação grave do direito internacional”, comparou Amorim.

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    A cautela de Lula em condenar Putin tem relação com uma independência diplomática que ele pretende adotar caso retorne ao Palácio do Planalto. Lula e Amorim foram dois dos arquitetos do Brics, o clube que reúne Brasil, Rússia, China e África do Sul, mas a geopolítica mudou desde então. Amorim escreveu recentemente que o acordo China-Rússia assinado no mês passado foi “o fato mais importante desde o fim da Guerra Fria e da dissolução da União Soviética”. Sob um novo governo Lula, a diplomacia do Brasil tentará se equilibrar entre os interesses dos EUA, União Europeia e China/Rússia. Mas nem se faz omeletes sem quebrar ovos, nem diplomacia sem tomar posições.

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    As viagens internacionais de Lula servem para ressaltar o prestígio do candidato com o isolamento do presidente Bolsonaro. Foi assim em novembro, quando Lula foi recebido pelos presidentes da França e Espanha, e em dezembro, quando participou de um comício com o presidente Alberto Fernández, em Buenos Aires. A postura pró-Putin de Bolsonaro, apesar dos votos corretos do Brasil nos foruns das Nações Unidas, apenas reforçam a incompetência do atual presidente na política externa.

    Lula chegou nesta terça-feira ao México e foi recebido pelo secretário de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard. O presidente mexicano foi dos primeiros líderes mundiais a saudar a anulação das condenações de Lula, em março, e o seu partido Morena tem uma relação de longa data com o PT. A posição de López Obrador sobre a invasão foi ardilosa. “Condenamos qualquer invasão de qualquer potência… neste caso da Rússia, mas seria o mesmo se fosse da China ou dos Estados Unidos”. É provável que a de Lula seja similar.

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