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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O que Biden pode ensinar a Lula sobre atentados à democracia

Comparações de ataques ao Capitólio e a Brasília serão tema de encontro dos presidentes em fevereiro

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jan 2023, 09h44
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  • Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva gestures during a meeting with parliamentarians at Planalto Palace in Brasilia on January 11, 2023. - Parliamentarians brought Lula da Silva a document approving the decree of federal intervention issued by the federal government after Sunday's confrontations in Brasilia, when a far-right mob of supporters of former president Jair Bolsonaro stormed the federal powers buildings unleashing chaos on the capital. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
    O presidente Lula irá se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, em fevereiro // (Evaristo Sa/AFP)

    Quando os presidentes Lula da Silva e Joe Biden se encontrarem em fevereiro é inevitável que façam comparações entre o 8 de janeiro em Brasília com o 6 de janeiro de 2021, em Washington. As similaridades são tantas que é fácil supor uma janela do tempo na qual os acontecimentos políticos dos EUA se repetissem no Brasil com dois anos de atraso. Seria útil que, depois das comparações, Biden relatasse a Lula as lições e os erros a serem evitados na condução de uma crise dessas proporções.

    A reação imediata aos dois atentados à democracia foi de choque. Nos EUA, pesquisa YouGov mostrou que 81% condenaram o ataques ao Capitólio enquanto 9% apoiaram. No Brasil, o Datafolha mostrou um placar de 93% a 3%. O que Biden precisa explicar é porque dois anos, 20% dos americanos apoiam o que aconteceu no Capitólio, 49% acham que a responsabilidade de Donald Trump é “nenhuma” ou “pouca”, 39% rejeitam os trabalhos da Comissão do Congresso que investigou os atos e 37% acham que Donald Trump não deve ser punido. Note que esses números são da média dos americanos. Segundo a última pesquisa, hoje 49% dos eleitores republicanos condenam a invasão que tentou impedir a confirmação de Biden como presidente.

    O grande erro que Biden cometeu e que permitiu aos republicanos se recuperarem meses depois do mais violento ataque à democracia americana chama-se “partidarismo”. O 6 de janeiro nos EUA não é hoje um tema da democracia, mas um tema da polarização democratas versus republicanos. 

    Compare os discursos de Biden na posse e o do aniversário da tentativa de insurreição. 

    20/01/2021: “Sem unidade não há paz, apenas amargura e fúria. Nenhum progresso, apenas uma indignação exaustiva. Nenhuma nação, apenas um estado de caos. Este é o nosso momento histórico de crise e desafio, e a unidade é o caminho a seguir”.

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    06/01/2022: Ele [Trump] vê seu próprio interesse como mais importante do que o interesse de seu país e o interesse da América. E porque o seu ego ferido é mais importante para ele do que a nossa democracia ou a nossa Constituição”.

    Em artigo para o site The Hill, o consultor do governo Clinton Douglas E. Schoen escreveu: “Com país precisando de uma liderança conciliatória, bipartidária e voltada para o futuro agora mais do que nunca, Biden perdeu a oportunidade de mostrar aos americanos que ele e seu partido podem fornecer esse tipo de liderança”.

    Logo ao assumir, duas semanas depois do atentado ao Capitólio, Biden tinha 53% de aprovação. Ele aproveitou este capital político para lançar o mais ambicioso programa de gastos federais em policiais sociais e financiamento de infraestrutura desde os anos 1960. O Bidenomics foi uma resposta “mais governo” à uma crise política. Não deu certo. Em agosto de 2021, logo depois do desastrosa saída do Afeganistão, o país havia voltado à divisão: 47% a favor e 47% contra. Hoje, 44% aprovam seu governo e 51% rejeitam. Os EUA estão tão polarizados quanto antes em 2020, como se o 6 de janeiro não tivesse acontecido.

    Se mantiver o tom de confronto, Lula corre o mesmo risco.

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