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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O novo porta-voz

Escolha de Wagner como representante de Lula em evento nos EUA indica moderação no discurso petista

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 abr 2022, 20h30 - Publicado em 14 abr 2022, 12h54

Campanhas são o momento ideal para as disputas sangrentas de quem imagina que chegará ao poder. Briga-se pelo papel de falar em nome do candidato, ser seu represente num jantar ou apontar para repórteres o que será o amanhã. Nas campanhas, intrigas são distribuídas no café da manhã e longas facas afiadas cravadas nas costas no fim da noite. No campo bolsonarista, militares culpam o ministro Ciro Nogueira pelas reportagens sobre compras de Viagra e próteses penianas pelo Ministério da Defesa, até recentemente comandado pelo possível candidato a vice de Jair Bolsonaro, general Braga Neto. No time de Ciro Nogueira, generais são considerados culpados pela suposição (falsa, aliás) de que o ministro esteja fragilizado junto ao presidente pelas denúncias de fraudes na liberação do Ministério da Educação.

No PT que cultiva sambaquis de rancores internos, há uma disputa sobre o comando da campanha, hoje concentrada nas mãos do ex-presidente Lula da Silva. Como eventualmente Lula terá de repassar o controle da sua campanha, a disputa está subindo do fogo brando para o alto. A chegada de Geraldo Alckmin e seus representantes na coordenação só vai ampliar o debate.

Por isso, sublinhe como importante a escolha do senador Jaques Wagner como o representante da campanha Lula da Silva no seminário Brazil Conference, que estudantes brasileiros organizaram na semana passada nos EUA. A entrada de Wagner como porta-voz de Lula é um sinal de distensão que pode mudar o tom da campanha, que até agora quase só falou para a militância petista.

As declarações de Wagner:

“Lula sabe que vai ter que fazer um governo que não é um governo do PT. Nós queremos fazer um governo amplo. Teremos foco no social, mas não tenho dúvida de que fará um governo amplo, de negociação.”

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“É preciso um governo de unidade nacional. O convite de Lula a Alckmin não foi para um figurante na chapa. Foi convidado para ser parte do governo, mandando uma mensagem que queremos ampliar nosso governo. Espero que a participação de Alckmin represente, mais que um nome, uma mensagem.”

“É claro que tem de ter responsabilidade fiscal, mas que ela não pode ser tomada a qualquer preço. Não precisamos estar no extremo, morra-se de fome porque não podemos sair um milímetro (da responsabilidade fiscal). Eu acho que é uma questão de posologia.”

“Digo que 95% das pessoas não votam ideologicamente. Votam em nome da prosperidade. Essa eleição vai ser presidida pelo anseio da prosperidade.”

“Lula tem uma marca que as pessoas precisam entender: ele não é um cara formado dogmaticamente no campo da esquerda. Ele não se formou lendo os livros da esquerda. Ele se formou na vida. Ele é um cristão, um justiceiro social.”

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Ex-ministro da Defesa, Wagner falou sobre os militares:

“Não acho que os militares pretendam desrespeitar as regras. Não vejo espaço internacional para nenhuma aventura desse tipo. Falo isso dentro do PT, a gente naturaliza muito isso, ‘Vai ter golpe? Não vai ter?’. Prefiro nem falar muito disso, porque senão fica parecendo que pode acontecer.”

“Eles [os militares] foram promovidos, e óbvio que estão encantados. De certa forma, [Bolsonaro] trouxe um grupo para ele. Tenho citado isso muito no meu diálogo com os militares: é voltar para sua casinha, seu lugar certo. É gente bem formada, mas não tem que estar se imiscuindo. O papel das Forças Armadas é garantir soberania nacional.”

É um discurso que chega a mover placas tectônicas, mas indica um tom amplo, depois das várias declarações de Lula apenas para os seus eleitores fiéis.

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