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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Moraes bloqueia a artéria de difusão do bolsonarismo

Telegram funciona como hub de posts e vídeos atacando adversários do presidente

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 mar 2022, 17h32

A decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de bloquear o aplicativo Telegram no Brasil tem efeito direto no mais intenso canal de difusão de material de campanha para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Em menos de um ano, Bolsonaro se tornou o político mais influente do aplicativo, com mais de 1 milhão de seguidores. Os filhos presidenciais também faze sucesso e têm mais engajamento do que o principal adversário do pai, Lula da Silva. Compare os números de seguidores:

Jair Bolsonaro 1.086 milhão
Flavio Bolsonaro 94 mil
Carlos Bolsonaro 78 mil
Eduardo Bolsonaro 53 mil
Lula da Silva 48 mil
Ciro Gomes 19 mil

A ação bolsonarista no Telegram tem várias facetas. Ela funciona como a principal artéria para a divulgação de informações das ações do governo, posts típicos de campanha, comparações mentirosas sobre as vacinas e palavras de ordem contra os adversários políticos e da Justiça, incluindo Alexandre de Moraes. Opiniões que a assessoria de Bolsonaro podia achar fortes demais para divulgar nas suas páginas no Facebook ou Twitter, eram distribuídas no seu grupo do Telegram ou dos filhos. Era um hub de difusão de posts e vídeos para serem compartilhados posteriormente pelas correntes bolsonaristas no próprio Telegram e no WhatsApp.

O Telegram se tornou o aplicativo de mensagens favorito dos bolsonaristas depois que o WhatsApp limitou o número de participantes por grupo e a Justiça passou a punir o Youtube pela divulgação de vídeos que atacavam o uso de vacinas contra a Covid ou denunciavam fraude nas urnas eletrônicas. Através do Telegram, os Bolsonaros e seus militantes seguiam compartilhando vídeos ocultos do Youtube. Com isso, os vídeos aparecem como “não listados” pelo Youtube, cumprindo a ordem da Justiça, mas na prática continuaram sendo vistos e compartilhados pelos bolsonaristas, gerando dinheiro via anúncios para os seus criadores.

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O Telegram é a plataforma que menos interfere na distribuição de conteúdos com a justificativa da defesa da liberdade de expressão. Em outros países, o aplicativo foi processado por dar guarida a grupos terroristas e tráfico de drogas, e com raras exceções ignorou solenemente a pressão judicial. No Brasil, desde o ano passado a Justiça eleitoral tem procurado o Telegram para tentar impor algum limite na distribuição de fake news e ataques à democracia, sem nenhum sucesso.

Moraes justificou a decisão com base no descumprimento de medidas judiciais anteriores, que exigiam da plataforma ações como o bloqueio de perfis ligados ao blogueiro bolsonarista Allan do Santos e o fim da monetização de conteúdos produzidos por essas contas. Para Moraes, a empresa age com “desprezo”, “total omissão” e “falta de cooperação” com a Justiça.

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