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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Lula deve se reunir com os economistas liberais

Ex-presidente vai agradecer apoio de Malan, Meirelles, Arminio e Persio

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 out 2022, 10h42

O ex-presidente Lula da Silva vai chamar para um reunião antes do segundo turno os economistas liberais que anunciaram apoio a sua candidatura. Devem ser chamados os ex-ministros Pedro Malan e Henrique Meirelles, os ex-presidentes do BC Arminio Fraga e Persio Arida e os ex-presidentes do BNDES Edmar Bacha e André Lara Resende. Devem participar da reunião o candidato a vice Geraldo Alckmin, o coordenador da campanha, Aloizio Mercadante, e representantes do grupo de economistas do PT, com quem os liberais vivem às turras desde sempre.

A intenção de Lula é agradecer a declaração de voto dos antigos adversários e pedir colaborações para o eventual governo. Os economistas da Fundação Perseu Abramo, o braço acadêmico do PT, têm resistência histórica às ideias dos liberais, mas um dos documentos mais lidos dentro do PT nas últimas semanas foi assinado por Pérsio Arida, Bernardo Appy, Carlos Ari Sundfeld, Francisco Gaetani, Marcelo Medeiros e Sérgio Fausto, chamado de ‘Contribuições para um Governo Democrático e Progressista’. Sobre o regime fiscal, a proposta define um valor anual extrateto de 1% do PIB, sendo 60% para as novas políticas de distribuição de renda e 40% divididos em ciência, inovação e tecnologia; e sustentabilidade ambiental. A proposta não prevê o fim do Teto de Gastos.

Na conversa é provável que Lula cite a ideia de criar um conselho de conselheiros econômicos nos moldes do Council of Economic Advisers, que assessora os presidentes americanos desde Truman. Será uma forma sútil de o presidente dizer que quer vozes dissonantes do PT por perto.

O encontro de Lula com os liberais é uma inflexão. Até junho, mesmo nas conversas internas, Lula vetava qualquer o debate sobre compromissos fiscais com o mesmo argumento repetido inúmeras vezes publicamente, a de que os seus oito de governo falavam por si. Geraldo Alckmin é o principal responsável por essa mudança.

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A abertura de diálogo com os economistas liberais é parte do susto que o PT tomou como a reação do mercado financeiro no Reino Unido. A nova primeira-ministra, a conservadora Liz. Truss, está sendo destroçada depois de apresentar um pacote econômico que inclui corte de impostos e mais gastos do governo, visto pelo mercado como o incentivo a uma espiral inflacionária. A libra caiu ao seu menor valor em relação ao dólar e a estimativa de inflação passou de 18% ao ano. No PT, a crise no Reino Unido está sendo usada como um alerta de que o eventual governo Lula 3 pode até não ceder o controle da economia, mas também não pode ignorar o mercado financeiro.

Lula não vai anunciar em outubro o nome do seu eventual ministro da Fazenda e nem um detalhamento das propostas de controle fiscal. O consenso na campanha é que divulgar algo agora só causaria controvérsia e serviria mais para afastar do que agregar novos apoios. Existe, no entanto, um consenso que os nomes terão de vir nas primeiras semanas pós-eleição. O perfil sugerido por Lula segue sendo o de um ex-governador ou ex-prefeito do PT, com capacidade de negociação com o Congresso.

Depois dos resultados da eleição para a Câmara, a ala política da campanha concluiu que, se eleito, Lula não deve tentar aprovar ainda antes de tomar posse uma PEC para manter o Auxílio Brasil em R$ 600. Segundo eles, é possível pagar os R$ 600 através de medida provisória com o contingenciamento do atual orçamento por seis ou oito meses. Isso permitiria a Lula negociar com o Congresso só a partir de fevereiro, quando tanto ele quanto os novos eleitos já estarão empossados

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