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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Bolsonaro transforma campanha em antipetismo de portas abertas

Lula segue favorito, mas não entendeu o que vem pela frente

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 out 2022, 17h53 - Publicado em 4 out 2022, 12h39

Vamos começar pelos fatos:

O ex-presidente Lula da Silva teve 57,2 milhões de votos no domingo, a maior votação de um candidato no primeiro turno na história. Ele deixou de ganhar a eleição no primeiro turno por 1,86 milhão de votos. O presidente Jair Bolsonaro teve 51,01 milhões de votos, 8 milhões a menos do que o necessário para ganhar no primeiro turno.

É matemático ver que o trajeto de Lula no segundo turno é mais simples que o de Bolsonaro. Em uma comparação simplista, faltou a Lula uma Belo Horizonte para ganhar no primeiro turno. Para Bolsonaro, faltou uma São Paulo.

O clima nas duas campanhas, no entanto, é o oposto. No de Lula, o clima é de caça às bruxas, como se o candidato tivesse permitido um empate depois de estar ganhando por 4 a zero. Parte disso é responsabilidade do próprio candidato e de seus apoiadores que geraram a expectativa de vencer no primeiro turno e não conseguiram comemorar a votação histórica de domingo.

No campo lulista, há ataques a Fernando Haddad, que teve o melhor desempenho de um petista no Estado de São Paulo na história, à divisão da esquerda no Rio, incentivada pela direção nacional do partido, à empresa de pesquisa contratada para fazer as sondagens diárias, que cravou vitória no primeiro turno, e até ao próprio Lula, que foi mal nos dois debates no TV. É o PT na sua essência autofágica.

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No governismo, a euforia foi acompanhada de atos concretos para virar o jogo. O governador reeleito de Minas, Romeu Zema, anunciou formalmente seu apoio a Bolsonaro. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou que vai votar em Tarcísio de Freitas (um outro jeito de fazer campanha contra Lula).

Os dois apoios apontam para a mesma linha: o do reforço do antipetismo como um campo magnético onde todos que rejeitam o partido podem entrar. Bolsonaro transformou sua campanha de segundo turno em portas abertas para todo antipetista.

Taticamente, o campo bolsonarista está trocando as perguntas da campanha. Ao invés de ser “Bolsonaro merece um segundo mandato?”, como seria natural na disputa de um presidente em reeleição, para “o PT merece voltar ao governo?”, tornando o pleito um julgamento dos anos Lula e Dilma.

Lula segue como favorito, mas a sua campanha não entendeu o que vai enfrentar nas próximas semanas. Na entrevista coletiva de segunda-feira, a campanha de Lula ajudou essa linha de ação. O único não petista era o candidato a vice, Geraldo Alckmin, com menos destaque que a ex-presidente Dilma Rousseff e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. No programa Roda Viva, da TV Cultura, o deputado federal eleito Guilherme Boulos, do Psol, disse que “o Alckmin foi posto na chapa como expressão de uma frente democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento, as ideias liberais foram incorporadas ao plano de governo”. É verdade. Mas se for assim, Bolsonaro pode ganhar uma São Paulo antes de Lula conquistar uma Belo Horizonte.

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