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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Bolsonaro não perde a oportunidade de perder uma oportunidade

A eleição dos EUA trouxe três lições. O presidente do Brasil ignorou todas

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 nov 2020, 10h43

A derrota de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe várias lições para a política brasileira. Em termos muito genéricos:

  1. Um presidente populista de extrema-direita pode ser derrotado nas urnas. 
  2. O estilo intenso de um presidente que passa o dia produzindo fatos, brigas e mentiras faz sucesso entre os apoiadores, mas gera uma exaustão no cidadão médio.
  3. A melhor chance da oposição se livrar de um populista no poder é formando uma frente ampla em torno de um candidato que tenha a confiança de todos. Nos EUA, foi Joe Biden. No Brasil, a melhor experiência foi a de Tancredo Neves, quando montou a Aliança Democrática para derrotar a ditadura.

O presidente Jair Bolsonaro não conseguiu aprendeu nenhuma das lições e dobrou a aposta no erro. No front eleitoral, Bolsonaro aumentou a sua participação nas campanhas municipais, deixando à mostra que é um péssimo cabo eleitoral. Faltando três dias para o primeiro turno, os candidatos com o selo bolsonarista estão sendo massacrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Manaus. O presidente tem dedo podre.

Ao invés de diminuir o ruído na vida do cidadão comum, Bolsonaro aumentou a confusão. Comemorou o suicídio de um voluntário dos testes de vacina da Covid-19, mentiu de que a morte estava relacionada a efeitos colaterais do imunizante e voltou a defender que a vacinação não seja obrigatória. Bolsonaro politizou de modo irreversível o combate à Covid-19, fragilizando as campanhas de controle do vírus e se tornando cúmplice das mais de 160 mil vítimas (aliás, um dos fatores fundamentais da derrota de Trump).

Por fim, quando a lição americana foi a de unir a sociedade, Bolsonaro apostou na divisão. Ficou no grupo da meia dúzia de líderes mundiais que não cumprimentaram a vitória de Biden, aumentando as suspeitas de que pode se recusar a deixar o poder caso perca em 2022. As repetidas e falsas suspeitas que Bolsonaro lançou sobre as urnas eletrônicas são um sinal de como ele pretende colocar em xeque uma eventual derrota eleitoral.

Ao esticar a corda ao limite com o discurso das fraudes eleitorais nos EUA, Trump deu a senha de como Bolsonaro vai se comportar em 2022. Afinal, Bolsonaro não perde a oportunidade de perder uma oportunidade.

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