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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Bolsonaro, Lula e o dilema do prisioneiro

Presidente tem mais a perder do que petista se não for ao debate da Band

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2022, 16h30 - Publicado em 25 ago 2022, 15h50

O dilema do prisioneiro é um problema da teoria dos jogos que coloca dois jogadores diante da escolha entre cooperar ou trair. Na fórmula original, dois prisioneiros são separados e recebem a mesma oferta de acordo: se ele confessar o crime e delatar o companheiro, enquanto este não disser nada, ele sai livre. O prisioneiro em silêncio, em compensação, ficará dez anos preso. Se os dois delatarem um ao outro, ambos pegarão cinco anos de cadeia. Se ambos ficarem em silêncio, eles serão soltos depois de seis meses.

O exercício proposto é tentar obter a maior vantagem tentando adivinhar a decisão do outro jogador. A decisão mais simples é delatar, mas a mais vantajosa para os dois seria ficar em silêncio. Sem saber a decisão um do outro, cada jogador precisa escolher entre cooperar ou trair.

Marcado para este domingo, o debate na TV Band, o primeiro entre os candidatos a presidente, é um dilema do prisioneiro para Jair Bolsonaro e Lula da Silva. Somados, eles têm quase 90% dos votos válidos e, se forem ao programa, fatalmente serão os alvos dos demais candidatos. Se ambos não forem, é provável que o debate seja cancelado por falta de interesse. Mas, se só um deles for, mesmo que apanhe dos outros competidores, haverá uma opinião geral que o grande perdedor será aquele que não foi.

Nos últimos dias, assessores de Bolsonaro vazaram sob anonimato a possibilidade de o presidente não ir ao debate. Qualquer pessoa sabe que vazamentos desse tipo valem menos que um vídeo do site Brasil Paralelo, mas a informação incentivou a turma de Lula a também não confirmar a presença no encontro. Sem essas confirmações o debate fica no limbo.

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Diferente do quebra-cabeça, no entanto, os dois candidatos não estão na mesma situação. Lula tem entre 42% e 47% dos votos nas pesquisas, enquanto Bolsonaro está entre 32% e 37%, com o petista vencendo todas as simulações de segundo turno. Bolsonaro não vai virar esse jogo ficando em casa. Neste momento da campanha, o presidente tem mais a perder do que Lula faltando ao encontro na TV.

Embora tenham regras engessadas e candidatos demais, os debates na TV importam. Em 2006, a repercussão sobre a ausência de Lula da Silva no último debate ajudou Geraldo Alckmin a crescer e jogar a disputa no segundo turno. Depois, Lula triturou Alckmin nos debates e bateu recorde de votos. Em 2014, Aécio Neves garantiu sua presença no segundo turno se mostrando mais aguerrido do que Marina Silva nos dois debates da última semana de campanha. Em 2018, Jair Bolsonaro foi muito mal nos debates na Band e RedeTV! e não participou de nenhum outro depois do atentado.

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