De Washington
O presidente americano Joe Biden tende a escolher um doador de campanha e não um diplomata de carreira como novo embaixador em Brasília. O cargo está vago desde julho, quando o diplomata Todd Chapman foi convencido de que seus serviços não eram mais necessários por sua excessiva proximidade com a família Bolsonaro. A escolha do novo nome está em fase inicial e deve demorar semanas ou meses.
É uma tradição política americana que os presidentes premiem apoiadores ou políticos com o cargo de embaixador, uma honra que eventualmente pode abrir novos mercados de atuação quando o mandato se encerrar. De acordo com a Associação de Diplomatas Americanos, 44% dos embaixadores no governo Trump eram indicações políticas, 31% sob Barack Obama e 31% com George W. Bush. Além do Brasil, outras 80 embaixadas dos EUA estão vagas ou no prazo de troca de chefia. Na semana passada, Biden indicou um doador e militante da causa LGBTQ para comandar a diplomacia na Suíça e um político texano com forte influência na comunidade judaica como o seu representante na Argentina. Em maio, a Casa Branca informou que um dos critérios de Biden no preenchimento das vagas seria a diversidade étnica e de gênero.
O último embaixador não-diplomata no Brasil foi o executivo de banco de investimentos Clifford Sobel, indicado por Bush e que permaneceu entre 2006 e 09. Depois dele, todos os demais eram diplomatas: Thomas Shannon, Liliana Ayalde, Michael McKinley e Todd Chapman eram de carreira.