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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A proposta de Lula para Eduardo Paes

Candidatura do PT ao Senado no Rio pode ser sacrificada para acordo com o prefeito

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jun 2022, 14h31

Se estiver recuperado da Covid-19 contraída semanas atrás, o candidato a presidente pelo PT, Lula da Silva, se encontra na terça-feira (14/06) com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, do PSD, em mais uma tentativa para montar um palanque único no Estado do Rio. Lula apoia a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo, do PSB, a quem Paes enxerga como potencial adversário, seja para sua reeleição em 2024, seja para a próxima eleição a governador em 2026.

Segundo maior colégio eleitoral do país, o Estado do Rio reproduz a polarização nacional a níveis agudos. É o estado onde Jair Bolsonaro fez sua carreira, massacrou o PT no segundo turno com 68% dos votos válidos e elegeu governador e dois senadores. Também é o Estado onde Lula e o PT venceram em 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014. Pesquisa de maio da Genial/Quaest mostrou um empate de Lula e Bolsonaro com 35% das intenções de voto no primeiro turno.

A disputa presidencial tem influência direta na eleição estadual, indica a pesquisa. Na sondagem para o primeiro turno, o governador Claudio Castro, do PL de Bolsonaro, tem 25% das intenções de voto contra 18% de Freixo. Quando a cartela de perguntas é mostrada com “Claudio Castro apoiado por Bolsonaro”, o governador sobe para 37% num eventual segundo turno. Com apoio de Lula, Freixo chegaria a 41% num segundo turno contra Castro, diz a Quaest. O candidato de Eduardo Paes, o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, tem 1% e chances nulas.

Lula e Paes tem uma parceria desde 2009, quando o primeiro era presidente, o segundo prefeito e juntos organizaram a candidatura do Rio como sede das Olimpíadas. Nas últimas semanas, Paes fez chegar ao comitê petista um projeto pelo qual o PSD abandonaria a neutralidade para apoiar Lula já no primeiro turno. Em compensação, o PT apoiaria Marcio França (PSB) a governador em São Paulo e renunciaria a Freixo, no Rio. A primeira parte do acordo é improvável, diante da liderança de Haddad. A contraproposta de Lula virá no encontro de terça.

Freixo tem dificuldades reais para superar a pecha de candidato de nicho, mas ganhou respeito no entorno de Lula com o acordo fechado no domingo (05/06) com a família Maia. O patriarca Cesar Maia, agora do PSDB, será candidato a vice-governador, a filha Daniela candidata a deputada e o filho Rodrigo, um dos coordenadores da campanha. Com a aliança, Freixo saiu do circuito da esquerda.

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No domingo (12/06), o consenso no time de Lula era manter Freixo como candidato, com Maia como vice e oferecer a Paes a indicação do candidato a senador, que poderia tanto ser Felipe Santa Cruz como o ex-secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Por essa manobra, o candidato do PT ao Senado, André Siciliano, seria sacrificado e o partido não teria nome na chapa.

Além do argumento da necessidade de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, Lula deve dizer a Paes que um acordo com Freixo é o melhor para os planos do próprio prefeito. Mesmo se perder a eleição a governador, Freixo sairá fortalecido com a exposição da campanha e seria um adversário sólido para prefeitura em 2024. A aliança agora poderia indicar um acordo do mesmo grupo partidário à reeleição de Paes.

Como faltam nove semanas para as convenções partidárias, é improvável que saia um acordo neste momento. As pesquisas de julho e os acertos partidários serão preponderantes, mas a flexibilidade de Lula em sacrificar a candidatura do PT no Rio é revelador das possibilidades de negociação. Assim como fez em Minas Gerais, onde tirou o candidato do PT, Lula vai até agosto tentar construir os palanques que lhe assegurem melhores condições contra Bolsonaro.

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