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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A popularidade emagreceu

Depois de um ano, pesquisas mostram que governo Lula tem saldo de 8 pontos a seu favor

Por Thomas Traumann
Atualizado em 9 Maio 2024, 18h41 - Publicado em 8 dez 2023, 15h33
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  • O saldo das três pesquisas divulgadas nesta semana — Ipec, Datafolha e Ipespe/Febraban — é que Lula começa 2024 com pouca gordura para queimar. Se havia alguma ilusão no Palácio do Planalto, os números indicam que a lua de mel acabou. A fatia de eleitores que votou em Bolsonaro está se reaglutinando em torno da desaprovação do governo, numa evolução esperada numa sociedade de polarização calcificada como a nossa.

    Eleito no olho mecânico, vítima de uma tentativa de golpe em 8 de janeiro e conduzindo uma maioria instável no Congresso, o governo Lula tem motivos para comemorar os resultados das pesquisas. Depois de um ano no poder, líderes como o americano Joe Biden, o alemão Olaf Scholz, o francês Emmanuel Macron, o colombiano Gustavo Petro e o chileno Gabriel Boric já eram reprovados pela maioria dos seus cidadãos. O saldo entre quem considera o governo ótimo/bom vrs. ruim/péssimo ou aprova vrs. desaprova é de 8 pontos percentuais no Ipec e Datafolha e de 9 pontos no Ipespe/Febraban.

    O melhor exemplo do reagrupamento antipetista está no Datafolha. Na média da pesquisa divulgada na quinta-feira, dia 8, o governo Lula é considerado ótimo e bom por 38% dos eleitores e 30% como péssimo ou ruim. Nos bolsões bolsonaristas, contudo, Lula é reprovado por 38% entre os eleitores evangélicos, 39% entre os eleitores com curso superior, 39% com os moradores do Sul. 47% dos eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos mensais consideram Lula como ruim ou péssimo.

    Entre os eleitores lulistas, o quadro é sintomaticamente inverso. No Ipespe/Febraban, três de cada cinco eleitores acreditam que o Brasil vai melhorar em 2024. O otimismo com o Brasil nos próximos doze meses é maior entre as mulheres (60%), os mais jovens (60%) aqueles com instrução até fundamental (64%), na faixa de renda até 2 salários mínimos (61%) e moradores do Nordeste (65%). Todos esses segmentos têm em comum o voto majoritariamente em Lula na última eleição.

    A bateria do Ipec incluiu três perguntas interessantes:

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    1. À pergunta “De modo geral, o governo do presidente Lula está sendo melhor, igual ou pior do que o(a) sr(a) esperava?”, as respostas foram:
    · 32% – melhor
    · 30% – igual
    · 35% – pior

    2. À pergunta “Pensando na situação econômica do Brasil neste momento, o(a) sr(a) diria que ela está melhor, igual ou pior do que estava seis meses atrás?”, as respostas foram:
    · 39% – melhor
    · 23% – igual
    · 36% – pior

    3. À pergunta “Daqui a seis meses, o(a) sr(a) acredita que a situação econômica do Brasil estará melhor, igual ou pior do que hoje?”, as respostas foram:
    · 45% – melhor
    · 19% – igual
    · 30% – pior

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    Deve-se registrar que quando a pergunta é mais emocional (expectativa sobre Lula), o apoio ao governo é menor do que quando a pergunta é racional (sobre economia). Ter só um 32% de “o governo atendeu as expectativas” ante um “39% acha que hoje a economia está melhor” e “45% a economia vai melhorar” confirma que a rejeição pessoal bolsonarista a Lula se reestruturou e indica que o único fator que pode afetar essa polarização é uma melhora no sentimento na economia.

    Se Lula precisasse de um conselho para 2024, seria usar esse otimismo da maioria da população para a economia e colar o seu governo em medidas que afetem o dia a dia das pessoas. Mais Desenrola e menos Gaza, por assim dizer.

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