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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A mãe de todas as pesquisas

O período de troca de partidos vai mostrar quem os políticos acham que será eleito presidente

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 mar 2022, 17h06

Desde a quinta-feira (02/03) e até 1º de abril o Brasil terá a mais profunda pesquisa eleitoral da campanha de 2022. Neste período, deputados federais e estaduais podem mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade. É uma janela que obriga os políticos a tomarem as decisões mais racionais. Se forem candidatos em um partido que não obtiver o quociente eleitoral ou numa legenda na qual a disputa interna exige muitos votos, eles poderão perder seus mandatos.

É como se fosse uma pesquisa na qual a amostra é um grupo de controle extremante bem informado e com uma punição alta em caso de erro. No mundo pragmático da política, isso significa que um deputado não vai trocar o partido A pelo B apenas por uma divergência interna, mas vai se direcionar para aqueles que lhe derem as melhores condições de reeleição _ seja em dinheiro para financiar a campanha, seja nas alianças nos Estados. Como nenhum outro grupo tem tanto a perder se escolher o partido errado, essa janela de trocas é como uma banca de apostas dos profissionais sobre quem será o próximo presidente.

Em 2018, um em cada sete dos 513 deputados federais trocou de partido na janela eleitoral. Não adiantou muito, pois o humor do eleitor era tão contra todos os políticos que gerou a maior renovação da história do Congresso. Em quatro anos, o clima mudou. Youtubers e personalidades de fora da política não fazem tanto sucesso, o dinheiro para financiar as campanhas é o maior da história e as emendas dos parlamentares são recordes. O ambiente para reeleição é melhor, mas é preciso acertar o melhor partido.

Provavelmente, o grande vencedor do troca-troca partidário será o PL, do presidente Jair Bolsonaro, e que tem hoje 42 deputados. Como vários bolsonaristas foram eleitos pelo PSL (atual União Brasil), haverá uma reacomodação de pelo menos 20 parlamentares. O PP 943 deputados), que também está aliança bolsonarista, também deve crescer.

A aliança lulista depende da evolução das conversas sobre a criação de uma federação envolvendo o PT e o PSB. Se o acordo sair, o PSB pode sair dos atuais 30 deputados. Caso contrário, diminui de tamanho (o que explica a pressão dos deputados do partido a favor da aliança).

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A filiação do ex-governador Geraldo Alckmin, provável vice de Lula, também fará diferença. Se Alckmin for para o PSB, o partido terá ganhos, especialmente em São Paulo. Se ele for para o PV, essa será a legenda ganhadora.

O prazo de escolha também vai pressionar os dirigentes partidários a encerrar o período de candidatos sem chances. Com a eleição polarizada, a maioria dos deputados prefere, por motivos óbvios, que todo o dinheiro do fundo eleitoral seja gasto nas suas campanhas e não em candidaturas presidenciais inviáveis. Isso significa uma pressão para acabar com a candidatura de João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Sergio Moro (Podemos). O PDT de Ciro Gomes admite que chegará a abril menor do que os atuais 25 deputados.

Para saírem candidatos a presidente, tanto Eduardo Leite quanto João Doria precisam deixar os governos até 3 de abril e aguardar até a primeira semana de agosto para terem os seus nomes eventualmente oficializados como candidatos. Vão deixar seus cargos com índices mínimos nas pesquisas e tentar por quatro meses convencer seus partidos que podem mudar o jogo a partir de agosto.

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