Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
Continua após publicidade

A coragem de Bruno Covas venceu a morte

Maior homenagem que políticos podem fazer ao prefeito é pacto por respeitos às urnas em 2022

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 Maio 2021, 12h50 - Publicado em 16 Maio 2021, 12h37
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O prefeito Bruno Covas, que morreu neste domingo, 16, aos 41 anos, carregava nos ombros um sobrenome pesado. Quando ainda era criança, o avô foi o líder do PMDB na Constituinte que enfrentou o governo Sarney para antecipar as eleições. Perdeu. Depois, fundou do zero um novo partido e foi candidato a presidente. Perdeu. Foi candidato a governador e perdeu de novo. E a cada derrota, o avô parecia ficar maior. Quando Bruno era adolescente, o avô enfrentou um câncer. Não escondeu de ninguém e quando morreu, em 2001, não era apenas um político que os demais olhavam com respeito. Mário Covas simbolizava uma ascendência moral em um campo da vida pública no qual caráter poucas vezes aparece.

    Bruno foi um deputado e um vice-prefeito mediano, mas cresceu ao virar prefeito, em 2019. Comprou brigas morais (como o pedido de expulsão de Aécio Neves do PSDB), montou um secretariado independente das opiniões do seu antigo chefe, João Doria, e manteve com Guilherme Boulos a disputa de maior nível na política brasileira em décadas. Como o avô, enfrentou o câncer publicamente. Perdeu, mas como o avô a sua coragem foi maior que a morte.

    Como contou a repórter Camila Matoso, da Folha, mesmo no hospital, Bruno Covas mantinha o humor. Divertiu-se ao ser instado a voltar para o front: “A gente entra na política pelos amigos e não sai dela por causa dos inimigos”, disse, e riu.

    Políticos de os matizes irão divulgar notas sentimentais sobre a morte do prefeito de São Paulo. Se Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, João Doria, Tasso Jereissati, Eduardo Leite, Luciano Huck, Luiz Mandetta e João Amoêdo quiserem realmente homenageá-lo, poderiam formar um pacto: o de respeitar os resultados das urnas de 2022. Os democratas precisam mostrar que não têm medo da ameaça de golpe. A maior saudação que se pode fazer ao sobrenome Covas é separar o chão entre a política do debate e a política do ódio.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.