Conhecida pela série “Família”, uma das produções que marcou a história da TV americana, Sada Thompson faleceu no dia 5 de maio, aos 83 anos de idade, vítima de doença pulmonar.
Sada Carolyn Thompson nasceu no dia 27 de setembro de 1927, em Des Moines, Iowa, mas cresceu em New Jersey, onde estudou arte dramática na Carnegie Institute of Technology. Entre as décadas de 1940 e 1950, Sada atuou no teatro regional e off-Broadway, fazendo seu nome no meio teatral, com peças clássicas e modernas.
Em 1972, ganhou o prêmio Tony (o Oscar do teatro), por seu trabalho na peça “Twigs”, na qual interpretou quatro personagens: três filhas e uma mãe idosa.
Considerada uma das melhores atrizes do teatro americano, de sua época, Sada chegou na TV por volta de 1954. Começou atuando em teleteatros, passando por participações em séries como “As Enfermeiras” e “Owen Marshall”.
Em 1974, integrou o elenco da série “Lincoln”, sobre a vida do Presidente americano. Mas ela ficaria conhecida pelos fãs de séries como Kate Lawrence, em “Família”, criada por Jay Presson Allen, com produção de Mike Nichols, Aaron Spelling e Leonard Goldberg, que estreou como uma minissérie em seis episódios. Seu sucesso levou a rede ABC a transformá-la em série, com a encomenda da segunda temporada.
Considerada pelos críticos da época como ‘boa demais para a TV’, “Família” foi produzida entre 1976 e 1980, marcando a história da televisão americana.
Em uma época em que as séries dramáticas familiares de sucesso eram situadas no passado, como “Os Waltons” ou “Os Pioneiros”, “Família” trouxe uma história narrada em tempo presente, na qual temas como homossexualidade (adolescente e adulta), processo de divórcio e custódia, fanatismos, câncer de mama e aborto, entre outras, dominavam a trama.
A história acompanhava a vida da família Lawrence, formada pelo casal, Kate e Doug (Sada e James Broderick, pai de Matthew) e seus três filhos: Nancy (Elaine Heiveil, na minissérie, e Meredith Baxter-Birney, na série), uma advogada que, ao flagrar o marido com sua melhor amiga, pede o divórcio e passa a lutar pela custódia de seu filho; Willie (Gary Frank), que chegou a ser alcoólatra e aspirante a escritor; e Letícia, conhecida como Buddy (Kristy McNichol), uma jovem introspectiva, que se culpava pela morte do irmão menor. Posteriormente, o casal adota Annie (Quinn Cummings), uma menina de 11 anos.
Ao longo de sua produção, a série foi indicada a 14 prêmios Emmy, dos quais quatro foram para Sada Thompson, que ganhou apenas um (ao longo de sua carreira, a atriz acumulou nove indicações ao Emmy).
O sucesso desse drama familiar contemporâneo abriu caminho para o surgimento das novelas noturnas da década de 1980, como “Dallas” e “Dinastia”, que exploravam os mesmos temas, mas com uma abordagem melodramática.
Depois de “Família”, Sada retornou ao teatro, fazendo poucas participações em séries, minisséries ou telefilmes. Entre eles, episódios de “O Barco do Amor”, “Cheers” e “Lei & Ordem”, além das minisséries “Marco Polo” e “Princesa Daisy”. Sada aposentou-se no final da década de 1990.
Em 1949, a atriz se casou com Donald Stewart, ex-executivo da Pan Am Airlines, que ela conheceu quando ambos ainda estavam na escola. O casal teve uma filha, Liza Stewart, figurinista da série “Tudo em Família” e do filme “L.A. Story”. Sada e Donald permaneceram casados até a morte da atriz.
Abaixo, abertura da série: