Paramount chega a acordo com Donald Trump em processo de difamação
Presidente dos Estados Unidos entrou na Justiça contra o canal CBS por conta de entrevista com Kamala Harris de 2024

A empresa Paramount Global, matriz do canal CBS News, chegou a acordo com Donald Trump na Justiça meses após o atual presidente dos Estados Unidos alegar que a emissora havia adulterado uma entrevista com Kamala Harris a fim de prejudicar a campanha eleitoral republicana em 2024. A empresa pagará 16 milhões de dólares, mas não será obrigada a pedir desculpas a Trump. O valor tampouco será destinado diretamente ao bolso do presidente, mas financiará a construção de sua biblioteca presidencial. De agora em diante, a CBS divulgará “transcrições de entrevistas com candidatos presidenciais americanos após tais conversas irem ao ar, sujeitas a revisões requeridas por receios legais ou de segurança nacional”.
Especialistas haviam apontado as alegações de Trump como fracas e as chances de vitória da CBS, altas. Um fator que pode ter levado a emissora a ceder é que, atualmente, a Paramount negocia uma fusão à Skydance Media. Para finalizar a burocracia, é necessária aprovação do escritório de Trump, já que a CBS é dona de estações locais que são licenciadas pelo governo federal dos EUA.
A entrevista que levou à queixa de Trump questionou Harris acerca das relações entre Estados Unidos e Israel em meio à guerra em Gaza. A resposta da presidenciável democrata foi exibida em duas versões diferentes — uma no programa Face the Nation e outra no 60 Minutes. Na ocasião, a CBS se defendeu, afirmando que os cortes haviam sido feitos a fim de concisão correspondente à duração de cada noticiário. Para Trump, a edição qualificava “interferência eleitoral” e “o maior escândalo na história da televisão”. Sob pressão da Comissão Federal de Comunicações (FCC), o canal divulgou a transcrição completa da entrevista e provou que o conteúdo da resposta não havia sido alterado.
Mesmo assim, quando Trump foi eleito, representantes da CBS mudaram os planos e foram atrás de um acordo com o presidente. Um correspondente do canal, Scott Pelley, afirmou à CNN em junho: “Aqui no 60 Minutes, todos enxergam o processo como extorsão”. Já o produtor executivo Bill Owens saiu da empresa em abril, se queixando da perda de “independência editorial”.
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