‘Pantanal’ acende sinal de alerta com audiência empacada na Globo
Novela das 9 que virou febre no país não consegue um novo recorde no Ibope desde junho
Um sucesso incontestável, especialmente após o fracasso de Um Lugar ao Sol no Ibope, Pantanal encheu os olhos da Globo ao emplacar vários recordes de audiência logo nas primeiras semanas de exibição. A ampla divulgação do remake de Bruno Luperi da trama originalmente escrita por Benedito Ruy Barbosa, a curiosidade sobre a história exibida em 1990 na extinta Manchete e um elenco primoroso contribuíram para a aderência dos espectadores ao horário nobre da emissora. De acordo com apuração de VEJA, até mesmo homens e jovens, antes avessos a novelas, passaram a acompanhar com afinco a trama protagonizada por Juma (Alanis Guillen). Entretanto, desde 13 de junho que a novela das 9 não bate um novo recorde de audiência, estagnando em uma média abaixo de 30 pontos.
Em 13 de junho foi ao ar a aguardada cena em que o vilão Levi (Leandro Lima) morreu ao cair em um lago cheio de piranhas. Naquele dia, Pantanal atingiu o seu auge, 33,1 pontos de Ibope na Grande São Paulo, feito que não foi ultrapassado até o momento. A trama já chegou a marcar 24,5 pontos em 9 de julho e não tem conquistado mais público por uma série de motivos, mas, principalmente, por causa de uma “barriga” após a fatídica cena de Levi. Por mais que a história de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) seja ótima e até ofusque a jornada de Juma, mulher-onça, é difícil para uma novela se sustentar em apenas uma narrativa.
As idas e vindas de Juma e Jove (Jesuíta Barbosa) se tornou um ciclo vicioso de briga, término e reconciliação, e a história do casal de mocinhos parece não avançar. Nem mesmo a primeira noite de amor dos dois causou tanta comoção ao ponto de bater um recorde de audiência. As histórias secundárias também têm tido pouco apelo, se tornando minimamente memoráveis.
Para a Globo, Pantanal ainda é um case de sucesso, obviamente. Em São Paulo, não chegou a perder nem para a Libertadores no SBT com confrontos entre Corinthians e Flamengo, dois gigantes do futebol que têm as maiores torcidas do país. Isso prova que o espectador médio ainda opta pela novela, mas é como se o público fiel estivesse estagnado. A chance de ouro que resta à emissora é a cena de castração de Alcides (Juliano Cazarré) – sequência aterrorizante que fez a Manchete vencer a Globo na briga por audiência em 1990 uma única vez na história. Entretanto, o castigo aplicado por Tenório (Murilo Benício) ao peão que se envolveu com sua mulher Maria Bruaca só deve ir ao ar em setembro. Até lá, talvez a Globo precise se contentar com a audiência morna.