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O que significa o monstro de ‘Eric’, segundo Benedict Cumberbatch

Na minissérie, uma criança desaparece — ponto de partida da trama intrigante, que investiga desde dilemas da saúde mental até mazelas sociais

Por Amanda Capuano Atualizado em 3 jun 2024, 16h34 - Publicado em 1 jun 2024, 08h00

Na década de 1980, a cidade de Nova York era uma das metrópoles mais violentas do mundo. Para o pequeno Edgar (Ivan Morris Howe), no entanto, a rua parece menos assustadora do que as brigas dos pais em casa. Isso até o dia em que o garoto de 9 anos de idade desaparece misteriosamente no caminho para a escola. A busca desesperada da família e da polícia por seu paradeiro é o fio condutor da ótima minissérie Eric, novidade da Netflix. Criada pela respeitada dramaturga galesa Abi Morgan e protagonizada pelo astro inglês Benedict Cumberbatch, a produção parte do sumiço da criança para investigar temas abrangentes, do racismo à homofobia, em uma época na qual a epidemia da aids tomava o mundo, passando pelas raízes da criminalidade, entre elas a pobreza advinda da desigualdade — um drama social que afeta a todos.

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De forma intuitiva e fluida, o roteiro consegue transitar entre esses temas, mas ganha força ao costurá-los pela lente do protagonista Vincent (vivido por Cumberbatch), pai de Edgar, um homem complexo, que lida com transtornos psiquiátricos desde a infância. Criador de um famoso programa infantil de marionetes na TV, ele vai mergulhar em uma espiral de culpa e paranoia com o desaparecimento do filho. Sua válvula de escape será Eric, um monstro azul desenhado por Edgar, que encarna de forma real e visível no cotidiano de Vincent. “Esse boneco gigante é a manifestação do surto psicótico do personagem, o que dá à série uma musculatura dramática nova e muito original”, disse Cumberbatch em entrevista a VEJA.

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Enquanto as cenas do ator seguido por um boneco azul em Nova York dão leveza inesperada à trama, a minissérie abre espaço para dilemas paralelos comuns, mas ofuscados. Caso do policial negro e gay, vivido por McKinley Belcher III, reprimido pelo preconceito — e do favoritismo na busca pelo garoto branco de família rica enquanto o sumiço de um menino negro é ignorado. “Ao falar de crianças desaparecidas, não se trata apenas do ato físico do sumiço, mas das circunstâncias desse desaparecimento. É uma forma de examinar diferentes estados psicológicos, mas também diferentes âmbitos da nossa sociedade”, diz Abi Morgan. É um tema inescapável e um pesadelo assombroso.

Publicado em VEJA de 31 de maio de 2024, edição nº 2895

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