Netflix, Disney e outras gigantes de Hollywood vão bancar abortos nos EUA
Após decisão da Suprema Corte do país derrubar lei Roe x Wade, companhias prometem auxiliar funcionárias com viagens para a realização do procedimento

Após a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubar nesta sexta-feira, 24, a lei Roe vs Wade, que garantia nacionalmente o direito legal ao aborto no país, grandes empresas de Hollywood se posicionaram sobre o caso e disseram que vão cobrir custos com viagem para pessoas da equipe que desejem realizar um aborto fora do estado, caso seja necessário. Netflix, Disney, Comcast, Paramount, Sony e Warner Bros. e Discovery voltaram a discutir suas políticas de saúde com seus membros após a decisão — um retrocesso dos direitos da mulher que deve levar, em breve, à proibição do aborto em cerca de 26 dos 50 estados dos EUA.
Desde o vazamento de um primeiro esboço sobre a criminalização do aborto feito pelo juiz americano da Suprema Corte Samuel Alito, no mês passado, as companhias estavam se preparam para caso a lei Roe vs Wade fosse derrubada. No caso da Netflix, a gigante do streaming disse aos funcionários que vai oferecer subsídio vitalício de 10.000 dólares para reembolsar viagens para transplantes, tratamento de câncer, cuidados de afirmação de gênero e, agora também, abortos. Já a Disney falou que cobrirá viagens para seus membros que não têm acesso a cuidados de saúde em sua região, incluindo decisões sobre gravidez.
De acordo com o jornal americano The Hollywood Reporter, a Warner Bros Discovery expandiu seus benefícios de saúde após a lei do aborto ser derrubada e comunicou os colabores por email. “Dada a recente decisão da Suprema Corte de anular a lei Roe vs Wade e a provável eliminação do acesso ao aborto em alguns estados, estamos expandindo opções de benefícios de saúde para incluir despesas para membros e seus familiares dependentes que precisem viajar para acessar uma série de procedimentos médicos, incluindo assistência a abortos, planejamento familiar e saúde reprodutiva”, diz o comunicado escrito por Adria Alpert Romm, diretora de pessoal e cultura da empresa.
Na Paramount, o CEO Bob Bakish lamentou o retrocesso e reforçou as políticas de saúde que não mudarão na empresa, o que incluiu a cobertura de despesas com viagens caso procedimentos médicos, como aborto, sejam proibidos em determinadas regiões.
Segundo pesquisas de opinião, a maioria dos americanos era a favor da preservação da lei Roe vs Wade, de 1973. No âmbito profissional, o resultado era o mesmo: uma pesquisa realizada pela Morning Consult constatou que, em uma margem de dois para um, pessoas adultas que estão empregadas preferiam viver em um estado onde o aborto é legalizado.