Nesta segunda-feira, 8, a nova novela das 9 estreia na Globo cheia de expectativas. Escrita por Walcyr Carrasco, 71 anos, Terra e Paixão substitui Travessia no horário nobre da emissora e tem a função de redimir a faixa depois do fracasso da novela de Glória Perez. Ambientada no Mato Grosso do Sul, na fictícia Nova Primavera, a trama vira suas lentes para o Brasil rural, com grandes fazendeiros e disputas violentas por terra — ambiente que já consolidou sucessos da dramaturgia, como Pantanal e Rei do Gado. Confira a seguir o que esperar da produção:
Novela clássica
Na história, Aline (Barbara Reis) é uma professora de matemática que perde o marido Samuel (Ítalo Martins) em um atentado do poderoso fazendeiro Antônio La Selva (Tony Ramos). Sozinha com o filho João (Matheus Assis) e as terras deixadas pelo marido, ela recebe a ajuda Caio (Cauã Reymond), filho do homem que destruiu sua família. Corajosa, a jovem decide assumir o trabalho agrícola do local, enfrentando La Selva, que almeja suas terras e usa os próprios filhos para tentar conquistar seu desejo. Autor de grandes sucessos da televisão, Walcyr Carrasco define Terra e Paixão como uma novela clássica. “A história apresenta um grande drama amoroso e uma luta por herança, dentro de um ambiente agrícola, rural, uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas”, disse.
Núcleo indígena
Ao longo da história, a narrativa de Aline e de outros personagens irá se cruzar com a dos povos originários, dando destaque para a cultura indígena. O núcleo vivido por Iraê Guató (Suyane Moreira), Raoni Guató (Mapu Huni Kui) e Jurecê Guató (Daniel Munduruku) apresenta a cultura e história dos Guatós, povo fictício criado para representar os povos originários reais que vivem na região. Através dos personagens, a história deve apresentar os costumes tradicionais e crenças indígenas, além de mostrar a luta por identidade e terra em um ambiente dominado pelas grandes fazendas agrícolas.
Protagonista negra
Escalada como protagonista no horário nobre, Bárbara Reis tem a chance de, enfim, consolidar uma protagonista negra na faixa nobre da globo — isso, é claro, se ganhar o destaque merecido. Nos últimos anos, a emissora sofreu críticas por ofuscar as tramas de protagonistas negras com histórias de personagens secundários brancos — em travessia, por exemplo, Brisa (Lucy Alves) foi escanteada para dar mais espaço ao drama da patricinha Chiara, vivida pela estreante Jade Picon. Antes disso, em 2009, Taís Araújo viveu a primeira protagonista preta do horário nobre com a Helena de Viver a Vida, mas ganhou a antipatia do público e teve o protagonismo ofuscado pela história da modelo Luciana (Alinne Moraes), que ficou tetraplégica em um acidente.
Retomada da audiência
Não é segredo que Travessia sofreu para conquistar bons índices de audiência, colocando a Globo em uma posição difícil no horário nobre. Autor de sucessos como Amor à Vida (2013), A Dona do Pedaço (2019) e Alma Gêmea (2005), Walcyr tem nas mãos a expectativa de recuperar bons índices para a faixa. Além da assinatura do autor, a trama ainda tem a seu favor o fato de retomar a temática do Brasil Rural, que consolidou Pantanal como o maior fenômeno televisivo dos últimos anos.