A verdade não dita sobre a atuação de Anitta na série ‘Elite’
Cantora tem participação curta mas marcante na produção espanhola cheia de sexo -- e que se tornou um fenômeno da Netflix
Série que já saturou seu conteúdo há alguns anos, mas se mantém em alta na Netflix a cada nova temporada, Elite estreou seu sétimo ano com um tempero a mais — e bem brasileiro: Anitta, que ganhou um papel na segunda produção espanhola de maior sucesso da plataforma de streaming, atrás somente de La Casa de Papel. Com uma participação pequena, de aproximadamente 5 minutos, nos oito episódios — que têm em média 50 minutos cada um –, a cantora dá demonstração em cena de que está determinada a investir cada vez mais em sua carreira internacional, seguindo seus passos na música. Com um espanhol quase impecável (o problema é o “quase”, claro), Anitta interpreta Jéssica, uma professora de defesa pessoal da Las Encinas, escola usada como pano de fundo da série. Ao perceber que a jovem Sara (Carmen Arrufat) vive um relacionamento abusivo, a treinadora tenta, insistentemente, ajudar a aluna.
Nas sequências em que aparece, Jéssica tenta mostrar a Sara que a adolescente sofre violência psicológica do namorado Raúl (Álex Pastrana), porque a professora vivera algo parecido em sua própria vida e consegue identificar os sinais. Os diálogos são pouco elaborados, como de praxe em Elite, e Anitta só aparece em cenas rápidas, mas a brasileira se beneficia de um trunfo inusitado: o fato de sua parceira de cena ser tão expressiva quanto um ator de Malhação em início de carreira. Elite, por sinal, é uma Malhação com jovens ricos lidando com assassinatos, mistérios e sua ebulição de hormônios — e tome cenas de sexo, principalmente gay, praticamente emendadas uma na outra.
Triste, raivosa ou reflexiva, Carmen Arrufat surge do mesmo jeito em todas as interações com a brasileira. De propósito ou não, isso proporcionou a Anitta a chance de mostrar que tem algum potencial como atriz, já que sua evolução desde a participação em alguns capítulos da novela Amor de Mãe (2020) — em que interpretou a si mesma — é razoável. A carioca sustenta seus diálogos sem parecer uma novata — o que, por si só, já pode ser considerado uma vitória para ela, que estreou como intérprete de verdade em uma das séries que são carro-chefe da Netflix. Para a dona do hit Envolver, essa participação pode abrir novas portas, para o bem ou para o mal — ela mostra que não vai medir esforços para conquistar novos papéis na tela.
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