O ator João Guilherme, de 21 anos, acabou se envolvendo em uma polêmica após usar um cropped masculino, bolsa e leque durante sua viagem a Paris, onde participa da Semana de Moda da capital francesa, nos últimos dias. O look escolhido pelo jovem chamou a atenção por ser considerado feminino, virando alvo de chacota do comediante gaúcho e ex-BBB Nego Di, que foi endossado pelo ator Rafael Cardoso, galã de novelas da Globo.
“Se veste que nem uma cachorra e vira o terror dos homens de masculinidade frágil. Agora, porque eu não gosto de me vestir de mulher e dar o meu rab*, a minha masculinidade é frágil”, debochou o participante do Big Brother Brasil 21 em um vídeo publicado no Instagram. Cardoso compartilhou as imagens e escreveu na legenda: “Bah, negão, estou contigo”.
Em resposta aos comentários, João Guilherme, declaradamente heterossexual, compartilhou vários prints de notícias sobre violência contra pessoas da comunidade LGBTQIA+. “Sobre o cropped: pensei muito antes de vir falar alguma coisa sobre os últimos acontecimentos porque não gosto de ficar dando palco pra gente que quer ganhar migalhas em cima de polêmica. Mas acho importante que a gente use esse espaço pra abrir conversas importantes, principalmente por estarmos no mês do orgulho LGBTQIAPN+. Homofobia é crime. O vídeo do ‘comediant’ é discriminação fantasiada de piada, e é importante que isso fique claro. A gente vive em um país que matou mais de 250 pessoas em crimes relacionados a sua orientação sexual ou ao gênero só em 2022. No Brasil, muitas pessoas se sentem discriminadas e sexualizadas todo o tempo somente por serem quem são”, começou.
“Me causa uma indignação gigante que duas pessoas públicas usem seu alcance pra espalhar ódio e preconceito, quando podiam ser aliados de uma causa tão importante. Quero usar minha influência para propagar o bem e o amor em um mundo já tão cheio de ódio, alimentado por atitudes preconceituosas como esta. Fico ainda mais revoltado quando isso vem de um colega de classe, um ator, que naturalmente deveria ter a mente mais aberta por viver da arte. Não dá pra entender”, escreveu, em referência a Rafael Cardoso. “A tentativa de me ofender ao dizer que eu sou gay não só não me ofende nem um tiquinho, como me dá ainda mais vontade de ser um aliado presente e ativo da causa. Não tenho intenção nenhuma de ‘lacrar’ em cima de uma causa tão séria como esta, então deixo a atenção para o que realmente merece foco! Vou colocar links pra vocês conhecerem gente e organizações do terceiro setor que estão levando informação e realmente fazendo algo de útil por esse mundo tão cagado. Fé com fé”, concluiu.