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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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A anatomia da queda melancólica do âncora de extrema-direita da Fox News

Tucker Carlson caiu após protagonizar uma série de polêmicas envolvendo uso de linguagem vulgar ao vivo e nos bastidores

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 abr 2023, 18h26
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  • Tucker Carlson, âncora de extrema-direita, foi demitido da Fox News nesta semana após protagonizar uma série de polêmicas nos bastidores e ao vivo. O analista político é famoso por usar linguagem vulgar para se referir a mulheres, mas foi o insulto a um executivo sênior da empresa que foi a gota d’água, de acordo com o Wall Street Journal. De acordo uma mensagem de texto obtida por advogados como parte de um processo de difamação entre a rede e a Dominion Voting Systems (empresa que produz e vende urnas eletrônicas), Carlson descreveu o executivo usando um xingamento começado pela letra ‘C’. Outras mensagens mostram que o apresentador usou o mesmo xingamento e “vadia” para se referir à Sidney Powell, conselheira e advogada de Donald Trump. Mais informações embaraçosas sobre Carlson ainda devem ser reveladas, já que Rolling Stone informou que a rede tem um dossiê que pode ser prejudicial a ele.

    Carlson era uma das maiores estrelas da Fox News e foi cortado por Rupert Murdoch, o patriarca de 92 anos da família proprietária da empresa, após obter informações de executivos da casa. O comunicador também é processado por Abby Grossberg, uma ex-produtora sênior que afirma que havia um ambiente de trabalho hostil e machista em seu programa. A ex-funcionária da Fox alega que “Carlson era capaz de usar aquela linguagem vulgar e se sentia ‘terrível’ cada vez que a ouvia no escritório”. De acordo com fontes na empresa, o apresentador começou a causa preocupação ao falar de temas racistas ao vivo, provocando a fúria de patrocinadores.

    Histórico problemático

    Em 2015, Buckley Carlson, irmão de Tucker, mandou um email para o apresentador e Amy Spitalnick, porta-voz de Bill de Blasio, então prefeito de Nova York, chamando-a de “cadela chorona”. “Cachorrinha chorona e hipócrita… E com um nome tão irônico também… ‘Spitalnick’? Irônico porque você simplesmente sabe que ela tem um medo extremo de p*; nenhuma chance essa garota já teve um colar de pérolas”, escreveu Buckley, fazendo trocadilho com o sobrenome de Amy e sexo oral — spit, em inglês, quer dizer cuspe; dick é um termo chulo para dizer pênis. Tucker não se incomodou com as falas, e disse ao BuzzFeed News: “Acabei de falar com meu irmão sobre a resposta dele, e ele me garante que quis dizer isso da maneira mais gentil”.

    Ao The Guardian, Amy Spitalnick declarou que a Fox News sempre compactuou com as atitudes de Tucker Carlson. “A Fox News sabia exatamente quem era Tucker Carlson quando lhe entregou um programa no horário nobre em 2016 – e eles viram sua misoginia e supremacia branca como um trunfo, pelo menos até enfrentarem responsabilidade legal. Devemos ser claros: não são apenas comentários vulgares sobre mulheres. Como acontece com tantos extremistas, essa misoginia foi um sinal de alerta precoce, pois ele rapidamente se tornou o favorito dos fãs entre os neonazistas declarados – que o viam como o veículo mais eficaz para normalizar seu ódio violento”, disse.

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