O homem da imagem ao lado, o capitão inglês James Cook (1728-1779), entrou para a história como o navegador ocidental que botou a Oceania definitivamente no mapa, tornando-se, segundo os registros oficiais, o primeiro a pisar na costa oriental da Austrália e em diversas ilhas polinésias. De lá ele trouxe uma palavra que estava destinada a ganhar o mundo: tatuagem.
Na verdade, o que Cook relatou em seus influentes escritos foi o contato com um termo taitiano, tatau, que significava “desenho pigmentado na pele”. O etimologista brasileiro Antenor Nascentes explica assim o processo: “Eles (os taitianos) picam a pele com um osso pontudo e derramam nestas picadas uma tinta azul que chamam tat-tow”.
A palavra deixou sua marca impressa na língua inglesa como tattoo, substantivo e verbo. A prática logo caiu no gosto dos marinheiros, e do inglês o termo chegou, ainda nos últimos anos do século XVIII, ao francês tatouer, verbo a partir do qual se formou o substantivo tatouage.
É provável que no caso do português, que entrou nessa história com atraso, a fonte imediata tenha sido o francês, pois “tatuagem” estreou em nossos dicionários oito anos antes do verbo tatuar – ambos na última década do século XIX, segundo a datação do Houaiss.