Segundo a mitologia grega, Tântalo, rei da Frígia, cometeu uma grave ofensa contra os deuses. A injúria varia de versão para versão, mas a punição que ele recebeu é sempre a mesma. Tântalo se viu condenado a padecer eternamente de sede e de fome, embora estivesse cercado de uma abundância de água e de frutas – água e frutas que, caprichosamente, se esquivavam toda vez que ele tentava alcançá-las.
O verbo tantalizar e o adjetivo tantalizante são derivados do nome Tântalo e existem em diversas línguas – em português, desde um momento indefinido do século XX. Ambos têm relação com o destino cruel do personagem.
O sentido primário de tantalizar é infligir (a alguém) um suplício, uma tortura qualquer. No entanto, é curioso observar como a acepção que hoje é a mais empregada, não sendo a primeira, é a que mais se aproxima do martírio de Tântalo: “atrair fortemente a atenção ou a admiração de; manter siderado, maravilhar” (Houaiss).
O que torna tantalizante essa atração, quase sempre envolta em conotações sexuais, é a dificuldade ou mesmo a impossibilidade de sua consumação. Em geral se diz, por exemplo, que algo ou alguém é tantalizante quando atiça o desejo e ao mesmo tempo nega sua realização – seja temporariamente, para aguçá-lo, seja em definitivo, mantendo o prazer tão inalcançável quanto a água que fugia da boca do rei sedento.