O presente que o presente nos dá
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No dia do aniversário de uma pessoa para lá de querida, mergulho nos livros para entender por quais caminhos a palavra presente – do latim praesentis, “que está à vista, ao alcance da mão; manifesto, imediato” – chegou a ter sentidos tão diferentes quanto “tempo atual”, que é óbvio, e “oferenda, regalo, mimo”, que é bem menos evidente.
Os etimologistas que consultei, como Antenor Nascentes e Silveira Bueno, não explicam essa ampliação semântica – e o Houaiss, habitualmente um atento compilador etimológico, também se cala. Tais consultas me informaram apenas o que eu já supunha: que a palavra é uma só, com acepções diversas.
Segundo o clássico dicionário Saraiva, não foi no próprio latim que o presente ganhou de presente o sentido de regalo. Sendo assim, é curioso que a palavra present tenha desembarcado no inglês com esse significado mais de dois séculos antes de, por volta de 1500, passar a significar também “tempo atual”.
A explicação parece estar no francês. Data de cerca de 1140 o emprego de présent com o sentido de oferenda, substantivo formado regressivamente a partir do verbo présenter, “apresentar”. Ou seja: tornar presente, por ao alcance da vista e da mão, como se viu no primeiro parágrafo ali em cima.
O que fecha o círculo dos sentidos tão bem quanto um laço de presente.
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