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Por Sérgio Rodrigues
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O incrível parentesco do chiclete com o sapoti

O chiclete, o sapoti e a cantora Ângela Maria, a Sapoti: raízes astecas A palavra chiclete, a mais usada no Brasil para designar qualquer tipo de goma de mascar, nasceu de uma marca registrada americana, Chiclets, lançada em 1899, e teve seu primeiro emprego conhecido numa edição da revista “Fon-Fon” em 1933. Chiclets, por sua […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 02h08 - Publicado em 10 fev 2015, 12h14
O chiclete, o sapoti e a cantora Ângela Maria, a Sapoti: raízes astecas

O chiclete, o sapoti e a cantora Ângela Maria, a Sapoti: raízes astecas

A palavra chiclete, a mais usada no Brasil para designar qualquer tipo de goma de mascar, nasceu de uma marca registrada americana, Chiclets, lançada em 1899, e teve seu primeiro emprego conhecido numa edição da revista “Fon-Fon” em 1933.

Chiclets, por sua vez, era apenas uma composição do termo chicle, nome genérico da resina que estava na base do chiclete, com a terminação diminutiva let. Curiosamente, essa passagem de marca registrada a substantivo comum não se deu com Chiclets em inglês.

É por meio do chicle – a própria goma borrachuda com que então se fabricava chiclete, um termo que o inglês tinha ido buscar no espanhol – que vamos encontrar uma conexão do chiclete com o sapoti, nome de um fruto e de sua árvore, também chamada sapotizeiro.

A origem da palavra chicle é um termo do náuatle (língua dos astecas, hoje restrita a pouco menos de um milhão e meio de falantes), tzictli, que designava o látex espesso e de rápida coagulação destilado pelo tronco do zapote (do náuatle tzapotl), árvore da família das sapotáceas. Os astecas, dizem que especialmente as mulheres, adoravam mascar tzictli.

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Em meados do século XIX, grandes quantidades desse látex foram importadas do México por empresários americanos que tentavam encontrar um substituto para a borracha. O projeto fracassou, mas o chicle acabou adotado em peso pela nascente indústria americana de gomas de mascar, desbancando as bases usadas até então, entre elas a parafina, e impulsionando o crescimento do mercado planetário de chiclete ao longo do século XX. Hoje, na maioria dos casos, foi substituído por resinas sintéticas.

E como entra o sapoti nessa história? Ora, ele é nada menos que o zapote em versão aportuguesada. Introduzido no Brasil, o sapoti (de nome científico Manilkara zapota) ficou mais conhecido entre nós por seu fruto do que por seu látex – e também como apelido da cantora Ângela Maria, consta que dado pelo presidente Getúlio Vargas, que teria comparado o tom da pele e o doce da voz da artista fluminense aos do fruto da árvore do chiclete.

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Publicado em 30/8/2011.

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