Ministro, Minister: não é cigarro, mas queima
Ministro não é só quem está – por enquanto – no ministério da Dilma. Há ministros também em tribunais, igrejas e embaixadas. A palavra vem do latim minister, que já se prestou a ser marca de cigarro e em sua língua natal floresceu numa penca de sentidos, de “servente doméstico, escravo” (Virgílio) a “ministro d’um […]

Ministro não é só quem está – por enquanto – no ministério da Dilma. Há ministros também em tribunais, igrejas e embaixadas. A palavra vem do latim minister, que já se prestou a ser marca de cigarro e em sua língua natal floresceu numa penca de sentidos, de “servente doméstico, escravo” (Virgílio) a “ministro d’um deus, sacerdote” (Cícero e Ovídio) e “ministro d’um rei” (Justino), como ensina o bom Saraiva.
Desde seu primeiro uso documentado em português, no século 14 – com o sentido, hoje em desuso, de “aquele que executa os desígnios de outrem; medianeiro, intermediário” (Houaiss) – poucas vezes em nossa história terá tido a palavra ministro as sinistras conotações de algo tão periclitante, tão sujeito a se estorricar, como nos últimos tempos.
Ministro Lupi, o da vez – minister Lupi – seria em etimologia poética e latim bárbaro um bando de cães vorazes escravos de um deus, a quem servem. Qual?