Marqueteiros e marquetistas
Profissionais de marketing não gostam da palavra “marqueteiro”. Não se reconhecem nesse termo, que consideram pejorativo. Estão certos: a palavra “marqueteiro” é mesmo meio desrespeitosa com a categoria. Se não fosse, não faria tanto sucesso. “Eiro” é um sufixo fuleiro que faz do pianista um pianeiro, do artista um arteiro, e é compreensível que o […]
Profissionais de marketing não gostam da palavra “marqueteiro”. Não se reconhecem nesse termo, que consideram pejorativo. Estão certos: a palavra “marqueteiro” é mesmo meio desrespeitosa com a categoria. Se não fosse, não faria tanto sucesso.
“Eiro” é um sufixo fuleiro que faz do pianista um pianeiro, do artista um arteiro, e é compreensível que o marqueteiro, com seu curso superior, prefira ser incluído em outra turma. Não quer a companhia do jornaleiro e sim a do jornalista.
Seja como for, é curioso que profissionais de comunicação tenham tanta dificuldade de comunicar uma informação crucial sobre si mesmos. Ocorre que os protestos contra “marqueteiro” serão inúteis enquanto não se entender que o xis da questão é linguístico.
De pouco adianta os profissionais de marketing explicarem a importância do que fazem e proporem ser chamados, justamente, de “profissionais de marketing”. Fórmulas curtas costumam derrotar expressões prolixas.
A palavra marquetista (ou marketista, numa grafia alternativa e não preferível) ainda tem pouca circulação, mas é possível que um dia venha a resolver o problema. Não para substituir por completo o termo marqueteiro e sim para aprimorá-lo: livre da obrigação de abarcar uma categoria profissional inteira, ele vai se tornar mais afiado para exprimir a repulsa dos falantes aos exageros que se cometem em nome da atividade.