Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
Continua após publicidade

‘Making of ou making off?’, o vice-campeão

Post que ensina a grafia correta da expressão teve 260 mil cliques

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 00h26 - Publicado em 22 set 2015, 17h39
  • Seguir materia Seguindo materia
  • unknownO Sobre Palavras, que chega ao fim amanhã, dá prosseguimento ao balanço de seus cinco anos e três meses de atividade revelando o post vice-campeão de audiência entre os 1.221 publicados. Com 260.463 acessos, fica com a medalha de prata o artigo “Making of ou making off?”, motivado por uma consulta da leitora Anelise de Souza.

    No mais, renovo outra vez o convite aos leitores para que continuemos em contato por meio de meu novo site dedicado a questões polêmicas do português brasileiro, o Melhor dizendo, e de sua página no Facebook.

    *

    making-of-gisele-bundchen

    Continua após a publicidade

    “Qual é o certo: ‘making off’ ou ‘making of’? Costumo usar o primeiro, mas já vi dos dois jeitos.” (Anelise de Souza)

    A dúvida, como se vê, não é de português, mas de inglês. Isso não a torna menos relevante para o público brasileiro: making of (nada de efe dobrado, já veremos por quê) consagrou-se entre nós com um sentido que, antes de sua importação, costumava ser atendido pela expressão “cenas de bastidores” ou coisa parecida.

    Trata-se do registro do processo de produção de um objeto cultural qualquer, filme, disco, show, ensaio fotográfico (como o de Gisele Bundchen na foto acima) etc. Metalinguístico, o making of é geralmente um filminho promocional que se debruça sobre a ação de preparar a atração principal, tirando o espectador do auditório e levando-o para dentro da oficina dos artistas. A era do DVD ajudou a consagrá-lo.

    Continua após a publicidade

    Faz muitos anos que making of é figurinha fácil no vocabulário da imprensa cultural brasileira. Pode-se discutir – e discute-se mesmo – a implicação de nosso apetite anglófilo. Há quem julgue a importação de making of servil e desnecessária, pois poderíamos dizer a mesma coisa de outra forma. Para estes, optar por making of é algo tão idiota quanto chamar adolescente de teen. Outra corrente argumenta que o caso aqui é diferente, pois making of tem um sentido preciso – de produto acabado que inclui “cenas de bastidores”, mas não se esgota nelas – e contra a precisão é quixotesco lutar.

    Os dois lados têm sua dose de razão. Seja como for, uma coisa é indiscutível: a degeneração ortográfica making off, que parece ser de uso ainda mais frequente do que a forma correta em nossa imprensa cultural, revela, esta sim, um traço constrangedor da macaqueação linguística – a ignorância alvar, a falta de juízo crítico. Se vamos ser anglófilos, que tal aprender um pouco de inglês, em vez de achar que dobrar consoantes é sempre mais chique?

    Processo de produção (making) de (of) um objeto cultural, é só disso que se trata. Making off – substantivação de to make off, “fugir, dar no pé” – seria no máximo algo como fuga. Fuja dele.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.