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Sobre Palavras

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Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Escrevemos ‘alunos(as)’ ou ‘alunos/as’? Parênteses ou barra?

“Caro Sérgio Rodrigues, sabe-se que a forma sem diferenciação de gênero ‘Senhores alunos…’ inclui as senhoras alunas. Querendo usar a diferenciação de gênero resumida, para evitar ‘Senhores alunos e senhoras alunas…’, a forma mais usada é ‘Senhores(as) alunos(as)’, mas tem sido usada também a forma ‘Senhores/as alunos/as”. Qual é considerada mais correta, na modalidade culta […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 01h31 - Publicado em 29 abr 2015, 15h14
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  • “Caro Sérgio Rodrigues, sabe-se que a forma sem diferenciação de gênero ‘Senhores alunos…’ inclui as senhoras alunas. Querendo usar a diferenciação de gênero resumida, para evitar ‘Senhores alunos e senhoras alunas…’, a forma mais usada é ‘Senhores(as) alunos(as)’, mas tem sido usada também a forma ‘Senhores/as alunos/as”. Qual é considerada mais correta, na modalidade culta da língua? Grato.” (Tadeu Polino)

    Se por alguma razão for importante mencionar os dois gêneros, a forma clássica de fazê-lo é com parênteses: “Senhores(as) alunos(as)”.

    A barra é um sinal gráfico que deve ser usado com muita parcimônia em textos cultos. Embora tenha aplicações consagradas em notações técnicas e seja funcional em mensagens informais, ela nem chega a ser listada entre os sinais de pontuação pelos gramáticos tradicionais.

    Há nesse desprezo um certo grau de miopia. Afinal, as mesmas gramáticas que negam à barra um lugar ao lado do travessão, do parêntese e até do colchete fazem uso dela em diversas situações: para separar versos quando transcritos em sequência, substituindo a quebra de linha, ou para indicar fonemas (/a/, por exemplo), entre outros casos. Também na notação de datas ela é consagrada: “29/4/2015”.

    De todo modo, embora a língua moderna tenda a usar a barra de modo cada vez mais liberal, a ponto de transformar em cacoete aquele “e/ou” que na maioria das vezes é dispensável, deve-se reconhecer que seu emprego no exemplo trazido por Tadeu é desajeitado.

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    A alternância que a barra costuma indicar em mensagens técnicas, informais ou que ponham a funcionalidade acima da elegância textual, como substituta da conjunção “ou”, vale para a palavra inteira e não apenas para a terminação dela: “Como acompanhamento você pode escolher: batata/arroz/farofa/massa”.

    Ou seja, em vez de escrever “Senhores/as alunos/as”, seria necessário escrever “Senhores/senhoras alunos/alunas” – o que não abrevia nada, claro. “Senhores(as) alunos(as)” é a solução.

    *

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