Cuidado: coitado não tem nada a ver com coito
A curiosidade que cerca a palavra “coitado” não está em sua verdadeira origem, e sim em um equívoco que se costuma associar a ela. Segundo essa falsa etimologia, que é tão difundida quanto persistente, a palavra era de início uma expressão grosseira (coitado = submetido a coito) que foi aos poucos ganhando aceitação social, à […]
A curiosidade que cerca a palavra “coitado” não está em sua verdadeira origem, e sim em um equívoco que se costuma associar a ela. Segundo essa falsa etimologia, que é tão difundida quanto persistente, a palavra era de início uma expressão grosseira (coitado = submetido a coito) que foi aos poucos ganhando aceitação social, à medida que sua raiz era esquecida. Parece fazer sentido, mas não faz.
Os etimogistas sérios ensinam que coitado, antes de virar adjetivo e substantivo, era o particípio de um verbo arcaico, “coitar” (atormentar, desgraçar, infligir sofrimento a). Vindo do latim vulgar coctare e parente distante do verbo “coagir”, coitar caiu em desuso, mas deixou sua marca em “coitado”, isto é, atormentado, vítima de dor ou desgraça.
Já o substantivo coito, segundo os sábios, tem como único ponto de contato com a história acima o fato de ter sua origem no latim – no caso, no verbo coire, que significa literalmente “ir com”, ou seja, “fazer sexo com”. Essa ideia de “ir com” ainda encontra eco na língua de hoje, numa expressão popular: “Ela vai com qualquer um”.