Um homem é preso por interromper passagem de caravana de Lula
Evento com ex-presidente em Passo Fundo foi cancelado por falta de segurança
Dois homens usaram tratores para interromper a passagem da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tentava chegar à cidade de Passo Fundo na tarde desta sexta-feira após deixar o município de Ronda Alta. Os homens barraram a passagem na rodovia estadual RS-324 em um entroncamento com a rodovia federal BR-285, em um trecho que é estreito.
A VEJA, o major Paulo César de Carvalho, comandante da Brigada Militar de Passo Fundo, disse que a polícia prendeu um dos homens que bloqueava o trânsito e o segundo fugiu. A prisão foi por desacato e desobediência. Ele foi levado à delegacia. Segundo a polícia, os dois homens são agricultores que se manifestavam contra a presença de Lula na cidade. Os tratores acabaram sendo retirados pelos próprios manifestantes. Segundo o major, cerca de 600 pessoas protestaram na RS-324 e pelo menos outras 500 pessoas protestaram no centro da cidade. Durante o bloqueio da estrada, uma jornalista do Grupo RBS foi hostilizada por manifestantes anti-Lula.
Por falta de segurança, a caravana não chegou a Passo Fundo e se deslocou para o ato final, marcado para ocorrer em São Leopoldo, onde também vão ocorrer protestos organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Lula disse na quinta-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, que “não acha ruim” protesto contra ele porque já fez “contra os outros”. Porém, o ex-presidente criticou as tentativas de impedi-lo de entrar nas cidades gaúchas. “A vida inteira tive movimentos contra. Política é isso mesmo. Já fiz isso tantas vezes contra os outros, não posso achar ruim quando é contra mim. O que achei uma afronta é as pessoas se dotarem do direito de achar que você não pode entrar numa cidade. Meia dúzia de fazendeiros e jovens agricultores que [pensam] podem impedir dois ex-presidentes de entrar numa cidade”, disse Lula.
O petista também disse que não teme o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “O Bolsonaro tem que ser levado a sério por quem depende do voto nele. Eu não dependo do voto nele. Nossos eleitores [do PT] são diferentes e distintos. Quem tem que cuidar do Bolsonaro são os tucanos. A política de ódio disseminada por eles [PSDB] é que gerou o Bolsonaro. Então, eu não tenho a preocupação”, disse Lula.