O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira que “existe grande probabilidade” de uma continuidade da atual política econômica como resultado das eleições de 2018 e desconversou sobre uma eventual candidatura à Presidência. O ministro esteve em Porto Alegre para participar de dois eventos diferentes, o primeiro promovido pela revista Voto e o segundo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Em ambos, foi assistido por empresários que celebravam as medidas da reforma trabalhista, o teto de gastos públicos e a reforma da Previdência, que, para conseguir aprovação do Congresso, deve ser “enxugada”.
Meirelles, que declarou a VEJA que era presidenciável, disse nesta sexta que “muitas pessoas têm essa expectativa”, mas afirmou estar “100% focado” no Ministério da Fazenda e adiou para março do ano que vem qualquer confirmação de candidatura. “No próximo ano, haverá um momento em que, politicamente e juridicamente, todos deverão tomar uma decisão, inclusive eu”, disse o ministro.
Meirelles também afirmou que o aceno do mercado ao seu nome na corrida eleitoral não impacta de nenhuma forma negativa a aprovação das reformas propostas pelo governo. “Simplesmente representa um sinal, um reconhecimento de que a política econômica está dando certo e deve prosseguir. Muitas pessoas têm a expectativa de que seria isso. O que tenho sentido é que [o apoio] reforça as propostas que estamos fazendo. Com todas as minhas interações [contatos], isso é muito bem entendido. Isso [apoio] mostra que está dando certo, reforça a trajetória de aprovação das reformas”, acrescentou.
O ministro repetiu como um mantra a importância da aprovação da reforma da Previdência e disse esperar que ela seja votada ainda neste ano – ao menos pelos deputados. Os parlamentares indicam que a única chance de o projeto passar é com alterações que “suavizem” o texto original. Meirelles diz que aceita mudanças desde que elas mantenham a economia fiscal que a reforma geraria.
Meirelles falou ainda que os parlamentares não deveriam deixar a discussão para o ano que vem, ano de eleições. “Tem que decidir agora”, afirmou. Para ele, a reforma é benéfica até mesmo para os partidos contrários porque quem governar o país no futuro vai “ter um problema grande” caso as mudanças não sejam implantadas.